Um ministro competente
Tirar as travas que impedem o país de implementar um ritmo de crescimento compatível com as necessidades de sua população é, não tenham dúvidas, o maior desafio do Governo Bolsonaro e também dos governos estaduais. São travas físicas – a falta de infraestrutura em setores importantes – e legais, resultado de leis e regulamentações superadas, que se perderam no tempo, embora algumas, nem todas, tenham tido importância para o país.
Um dos ministérios que mais ressente as limitações impostas pelas regulamentações legais é o de Minas e Energia, que cuida de dois setores estratégicos para o país: exploração mineral e oferta de energia. As limitações legais têm impedido que o Brasil amplie a exploração de suas riquezas e aumente a oferta de energia em todas as regiões com menor custo, de forma a estimular investimentos em todos os setores da economia.
Vencer os obstáculos, modernizar a regulamentação e fazer deslanchar as atividades minerárias e de produção de energia é o desafio do ministro Bento de Albuquerque, hoje um dos nomes mais importantes da equipe do Governo Bolsonaro. Albuquerque, um almirante de esquadra, é um iniciante na política, escolhido para o ministério por sua capacidade técnica e de gestão. Em Belo Horizonte, quando fez uma palestra no Conexão Empresarial, o ministro revelou que não conhecia pessoalmente o presidente Bolsonaro quando foi convidado por ele para ocupar o Ministério de Minas e Energia, com carta branca para escolher seus auxiliares.
Bento Albuquerque não esconde que sentiu “um friozinho na barriga” com o convite e que aceitou o desafio por acreditar nos propósitos do presidente. Firme em suas convicções, o ministro tem trabalhado de forma transparente, buscando o entendimento em torno de temas polêmicos, como a liberação da atividade minerária em terras indígenas e a priorização da produção de energia através de usinas nucleares.
Albuquerque é um entusiasta da retomada das obras da Usina de Angra 3, cujo edital deve ser lançado no ano que vem, por entender que o país não pode prescindir da produção deste tipo de energia por dominar plenamente a tecnologia de geração e pela segurança das duas outras usinas que já opera. O ministro tem agido com firmeza em defesa dos projetos de sua pasta, evitando, no entanto, o discurso radical, comportamento que tem sido uma das razões dos avanços que tem obtido com a sociedade e a classe política.