Cultura da integridade, mercado e legalidade


Por Hugo Borges, presidente da Unimed Juiz de Fora

03/09/2019 às 07h00

Numa organização onde esteja internalizada a cultura da integridade, processos operacionais se mantêm sintonizados com os propósitos e a ética corporativa, com princípios e valores. E não há mais espaço para empresas antiéticas e sem transparência, incapazes de comprovar que suas políticas de “compliance” estão na base de seus resultados operacionais. E que suas relações com o mercado se façam com parceiros preferenciais, de reputação ilibada, sem concessões.

Envolver os colaboradores, para garantir que estejam engajados e cônscios das políticas de relacionamento e integridade, é fundamental e, nesse sentido, vale lembrar que “o exemplo vem de cima”.

Transparência pressupõe vigilância, continuidade e acompanhamento permanente, com menos controle direto, mas mais autonomia, engajamento e responsabilização dos times.

Um dos alicerces na cultura da integridade é o gerenciamento dos riscos, um exercício diário de combate sistemático ao conflito de interesses, raiz das fraudes e da corrupção.

A difusão de boas práticas de Governança, a disseminação da idoneidade, da ética, da honestidade como as principais virtudes dentre todos os valores da organização é fundamental.

O “compliance” é um sistema utilizado para garantir que as normas éticas, a idoneidade e a integridade sejam as atitudes efetivamente praticadas. Hoje, com a Lei Anticorrupção (12.846/2013), a ética e transparência passam a ser – quem diria – “exigências legais”.
Assim, a cultura da integridade é, sobretudo, o caminho para a legalidade, e não mais uma característica pessoal da liderança ou da organização sob sua responsabilidade.

Recentemente, por lei (já inclusive regulamentada por Decreto Federal 8.420/2015), são exigidas práticas inseridas num Programa de Integridade, que reúne procedimentos a serem implementados por organizações, que se obrigam, assim, a prevenir atos ilícitos. É, pois, obrigação legal o comprometimento da alta direção com a inclusão de padrões de conduta e códigos de ética, com permanentes análises de riscos e dos controles internos.

Vivemos uma era em que ter lideranças idôneas torna-se fator crítico de sucesso em qualquer instituição pública ou privada e tem relação direta com seus resultados operacionais, pois a sociedade moderna assim o exige. E, mais que isso, é hoje uma imposição legal. Ainda bem.

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