A subsistĂȘncia da Igreja de Cristo
A palavra “Igreja” (“ekklesĂa”, do verbo grego “ek-kalein” = «chamar fora») significa “convocação”. Este termo grego “Igreja” designa a comunidade daqueles que Jesus Cristo convoca para formarem o Povo de Deus. Assim, ao denominar-se “Igreja”, a primeira comunidade cristĂŁ se reconhece herdeira dessa comunidade fundada diretamente por Jesus Cristo atravĂ©s de palavras e atos (S.Mateus 16,18; 18,17) (Catecismo da Igreja CatĂłlica nÂș 751 e 777).
A Igreja CatĂłlica afirma que “os fiĂ©is sĂŁo obrigados a professar que existe uma continuidade histĂłrica (radicada na sucessĂŁo apostĂłlica) entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja CatĂłlica: Esta Ă© a Ășnica Igreja de Cristo que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, confiou a Pedro para apascentar (S.Jo 21,17), encarregando-o, a Ele e aos demais ApĂłstolos, de a difundirem e de a governarem (S. Mateus 28,18ss.); levantando-a para sempre como coluna e sustentĂĄculo da verdade (1 Tim 3,15). Esta Igreja, como sociedade constituĂda e organizada neste mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja CatĂłlica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhĂŁo com ele” (Declaração Dominus Iesus nÂș 16 citando o ConcĂlio Vaticano II, LG nÂș 8).
A Igreja explica que, com a expressĂŁo “subsistit in”, o ConcĂlio Vaticano II quis harmonizar duas afirmaçÔes doutrinais: por um lado, a de que a Igreja de Cristo, nĂŁo obstante as divisĂ”es dos cristĂŁos, continua a existir plenamente sĂł na Igreja CatĂłlica e, por outro, a de que existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da sua composição, isto Ă©, nas Igrejas e Comunidades eclesiais que ainda nĂŁo vivem em plena comunhĂŁo com a Igreja CatĂłlica. Acerca destas, porĂ©m, deve afirmar-se que o seu valor deriva da mesma plenitude da graça e da verdade que foi confiada Ă Igreja CatĂłlica (Declaração Dominus Iesus nÂș 16 citando o ConcĂlio Vaticano II, UR nÂș3).
Cabe dizer “que Ă© Cristo que, pelo EspĂrito Santo, dĂĄ a sua Igreja o ser una, santa, catĂłlica e apostĂłlica, e Ă© tambĂ©m Ele que a convida a realizar cada uma dessas qualidades” (Catecismo da Igreja CatĂłlica nÂș 811). “Caracteriza-se a Igreja por ser humana e ao mesmo tempo divina, visĂvel, mas ornada de dons invisĂveis, operosa na ação e devotada Ă contemplação, presente no mundo e, no entanto, peregrina. E isso de modo que nela o humano se ordene ao divino e a ele se subordine, o visĂvel ao invisĂvel, a ação Ă contemplação e o presente Ă cidade futura, que buscamos” (ConcĂlio vaticano II: SC, 2).
SĂł a fĂ© pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades de sua fonte divina. Mas as manifestaçÔes histĂłricas delas constituem sinais que falam tambĂ©m com clareza Ă razĂŁo humana. “A Igreja, lembra o ConcĂlio Vaticano I, em razĂŁo de sua santidade, de sua unidade catĂłlica, de sua constĂąncia invicta, Ă© ela mesma um grande e perpĂ©tuo motivo de credibilidade e uma prova irrefutĂĄvel de sua missĂŁo divina” (Catecismo da Igreja CatĂłlica nÂș 812, citando o ConcĂlio Vaticano I).
O ConcĂlio Vaticano II afirma que “nĂŁo podem se salvar aqueles que, sabendo que a Igreja CatĂłlica foi fundada por Deus atravĂ©s de Jesus Cristo como instituição necessĂĄria, apesar disso, nĂŁo quiserem nela entrar ou nela perseverar” (Constituição DogmĂĄtica Lumen gentium nÂș 14).
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