Carta aos idosos

Não tentarás ao Senhor…
“Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: ‘Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras'”, salmo 94.

Como o povo de Deus em travessia, também nós estamos passando por um deserto. É tempo de método, isto é, caminho que leva à meta. Esse caminho pelo deserto, pela reclusão.

Sustentados pela fé no Deus anunciado por Jesus Cristo, acalentados pela esperança na realização da promessa de que “estará conosco todos os dias” e fortalecidos pela caridade que nos irmana como filhos e filhas de Deus, vamos em frente.

De joelhos, diante da Palavra de Deus proferida pela boca do “homem orante” do salmo 94; de pé, diante do Diabo (aquele que divide), cuidemos para não colocarmos o Senhor à prova.

Desobedecer às orientações dos novos “Moisés” que balizam nosso caminhar e insistir na oposição àqueles que receberam a missão de cuidar-curar (sanitaristas) é como colocar Deus à prova. Assim fizeram nossos pais em Massa, no deserto. O contrário fez Jesus, exposto às provocações do grande opositor, o demônio.

A Igreja Católica, unida a todas as denominações verdadeiramente cristãs e a todos os homens e mulheres de boa vontade que prezam a vida como valor inalienável, não descartável, nos convida a acolher as orientações das autoridades sanitárias.

Mantenhamo-nos no isolamento penitencial, necessário, como o próprio Jesus no deserto. É uma oportunidade ímpar para uma profunda intimidade com Deus-Pai, longe do burburinho de um mundo atropelado e sem rumo em que vivemos. A oração, nesse momento, mais que petições, é oportunidade para conferir a vontade de Deus-Pai para nossa vida. E a vontade do Pai, ratificou Jesus, é que “todos tenham vida e a tenham em abundância”.
O primeiro homem, aquele do pecado original, o pecado do orgulho, perdeu a vida divina por fazer a sua própria vontade, em detrimento da vontade do Pai.