Causa comum

Manter a Mercedes em Juiz de Fora e retomar o processo de instalação da M. Dias Branco são pautas que precisam da participação coletiva para se consolidarem


Por Tribuna

31/10/2019 às 06h58

A cidade vive um momento crucial nas suas relações econômicas com a decisão da Mercedes-Benz de transferir para o Porto de Vitória o desembaraço de sprinters, implicando, segundo a empresa, uma expressiva economia, cujos resultados, porém, levam à desidratação das ações da empresa em Juiz de Fora. A transferência da linha de produção para São Bernardo do Campo – outro dado preocupante – pode repercutir no caixa do município, algo grave no momento em que a administração tenta se capitalizar para atender às suas demandas.

Embora a Prefeitura não tenha se manifestado, no Estado, de acordo com a Secretaria de Estado do Planejamento, há movimentação para reverter o processo, sem, no entanto, apresentar que tipo de solução. Trata-se de uma operação de difícil execução, pois não é de hoje que a montadora vem sinalizando a intenção de migrar parte de seus negócios para outras plataformas.

A desmobilização, se for consolidada nos termos que preocupam a cidade, implicará não apenas a redução de tributos para o município, mas também o número de empregos. Vinte anos depois de a cidade ter celebrado com festa a instalação de uma indústria de tal porte – e a primeira da Mercedes fora da Alemanha -, o jogo está sendo jogado no sentido inverso.

Além dos atores públicos, como Prefeitura e Governo do estado, as discussões devem contar, também, com a participação de lideranças políticas e empresariais. A Câmara precisa se manifestar, assim como os deputados estaduais e federais. Os órgãos representativos do setor produtivo e entidades sindicais também são parte importante na questão.

Em tempos em que estados e municípios fazem concessões para garantir investimentos, se nada for feito, num só tempo, Juiz de Fora perde a Mercedes e vê cada vez mais longe o sonho de ter a M. Dias Branco instalada no município. Da mesma forma que a montadora, a empresa de massas recebeu incentivos da cidade e não pode, agora, abrir mão de sua instalação. Será um debate dois em um, isto é, dois projetos importantes que se colocam numa só agenda.

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