Demanda coletiva
Obras paradas na UFJF devem ser vistas como projetos coletivos, pois atendem mais à comunidade da região do que ao mundo acadêmico
De nada adianta jogar pedra nas administrações passadas quando o problema prevalece e carece de solução. Se houve ilícitos, a eles a lei. Mas é preciso buscar alternativas para resolver os projetos da universidade ora paralisados pela falta de recursos. A atual gestão, desde o seu início, tem se desdobrado para encontrar saídas para o Hospital Universitário e o Parque Tecnológico, entre outros, que são estratégicos não apenas para o mundo acadêmico, e sim para a cidade.
O HU é um projeto ousado que parou por conta de vícios no contrato que devem ser sanados. Do jeito que está, só impõe custos para a entidade sem retorno ou aplicação para os estudantes e a comunidade que recorre aos serviços da instituição. Se pronto, ele irá resolver boa parte do gargalo na área de saúde de Juiz de Fora. Por ser polo e ter gestão plena do SUS, a cidade é responsável pelo atendimento de um expressivo número de municípios.
O Parque Tecnológico vai pela mesma via. Ele é estratégico para a região, por ter a vocação de ser um espaço pensante com base na inovação, voltado para o futuro. Mesmo tendo a maior parte de capital da UFJF, ele deve ser visto como um projeto coletivo, com envolvimento dos demais órgãos públicos do município e do setor produtivo. Em vista disso, não é uma luta encabeçada pelo reitor na busca de recursos nos gabinetes de Brasília. É de todos, especialmente dos agentes políticos ora envolvidos na campanha eleitoral.
Na edição de domingo, a Tribuna retratou a situação do Jardim Botânico e de seus equipamentos. A concepção foi positiva, mas a execução pecou por contar com recursos que ainda estavam na dependência da burocracia de Brasília. Daí, há o local, alguns equipamentos já estão instalados, mas outros ainda dependem, até, de importação, como o material retido na Suíça sem perspectiva de ser trazido para a cidade diante da falta de recursos.
Além disso, pesam contra o projeto ações judiciais em curso que impedem a continuidade do processo de instalação. Mas tudo deve ser resolvido no devido tempo. Como já destacou em outras ocasiões o reitor Marcus David, é fundamental dar prioridade ao que já é possível fazer. Que assim seja com o devido respaldo das demais instâncias de Juiz de Fora. Mesmo tendo a UFJF como matriz, são projetos para o município como um todo.