A saúde da Saúde
Por ser cidade-polo, Juiz de Fora tem problemas do seu tamanho, muitos deles fruto de políticas equivocadas dos governos federal e estadual, como a centralização em tais municípios de demandas que poderiam ser resolvidas na sua própria origem. A saúde da Saúde é precária em todo o país, e o que a Tribuna mostrou na edição de domingo é resultado de anos de acompanhamento desta questão. Desde 2009, quando começou a construção do Hospital Regional, já se passaram quase oito anos, e o empreendimento não tem previsão para começar a funcionar.
Vários governadores ocuparam a chefia de Minas, mas nada mudou. Foram promessas e mais promessas sem que o projeto avançasse no ritmo esperado. Hoje, o consórcio responsável pela obra mantém apenas o que já está pronto, à espera, inclusive, de uma nova licitação, que deve ser feita em fevereiro.
O Hospital Regional foi apresentado à população para a solução de vários problemas, a começar pelo HPS, mas, pelas primeiras previsões, a cidade terá que esperar pelo menos três anos antes dessa mudança. Enquanto isso, o sistema tem que se virar com o que tem e com a demanda frequente de pacientes também de outros municípios. No ano passado, a Tribuna acompanhou o fechamento de várias unidades hospitalares em seu entorno sem que nada fosse feito para mantê-las. O resultado foi o agravamento do fluxo para a cidade-polo, inclusive de atendimentos que poderiam ser resolvidos na instância primária.
Com a crise do estado sem perspectiva de solução – Minas resiste a fazer acordo com a União, como fez o Rio de Janeiro -, é de se esperar que pouco vá mudar, já que o cenário econômico, embora com mais otimismo, ainda não dá para garantir apostas.