Obras paradas
Juiz de Fora, com cerca de 600 mil habitantes, mas polo de uma região com mais de 1,5 milhão, tem dois hospitais públicos em construção: Hospital Regional e Hospital Universitário. Eles são estratégicos, pois acolheriam uma expressiva demanda de pacientes que procuram atendimento na município considerado referência pelo Sistema Único de Saúde. Acontece que os dois empreendimentos, embora já estejam em execução há anos, ainda não foram inaugurados. Não têm, sequer, perspectivas de funcionamento. O Regional, sob a responsabilidade do Governo do estado, já atravessou três administrações, a partir de Antonio Anastasia. Quando em campanha, o governador atual, Fernando Pimentel, disse aos eleitores que iria concluir todos os hospitais regionais em andamento. Por enquanto, só fica a promessa, pois a obra continua parada.
O Hospital Universitário pertence ao Governo federal, mas passa pelo drama da identidade. Está ligado ao Ministério da Educação, por atender aos alunos de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, mas o pleito é para que seja transferido para o Ministério da Saúde, a fim de se habilitar a repasses suficientes para sua conclusão. Na edição de ontem, a Tribuna mostrou a manifestação do Tribunal de Contas da União, que cobra o prosseguimento das obras, mas chamando a atenção para aspectos administrativos que precisam ser investigados.
Quem perde, nos dois casos, é a população, pois a cidade, por ser referência, atende a pacientes de toda a Zona da Mata – alguns até de outros estados -, passando por gargalos próprios da procura acentuada e da oferta de vagas aquém das expectativas. Espera-se que ambos os projetos avancem, mas está claro que a instância administrativa precisa do suporte político, a quem cabe fazer emendas para o setor. Os dois lados, porém, estão apartados, salvo algumas exceções, nas quais, de fato, políticos se envolvem na causa.