Bomba-relógio


Por Tribuna

26/02/2017 às 03h00

O relatório elaborado pela Comissão de Segurança da Câmara Municipal, retratando a situação dos presídios de Juiz de Fora, é oportuno, pois aponta para a precariedade dos cárceres e a necessidade de ações do Estado, inclusive para proteção dos agentes penitenciários, que também trabalham em condições de risco ante uma população de presos que só aumenta. O documento, como relataram os vereadores sargento Mello Casal e Charlles Evangelista, será encaminhado às autoridades, a começar pelo governador Fernando Pimentel e o prefeito Bruno Siqueira.

Na semana passada, o vereador Wanderson Castelar entregou pessoalmente ao governador – quando da visita deste a Juiz de Fora – um relatório completo sobre os índices de violência na cidade, sobretudo dos crimes consumados contra a vida, que bateram o recorde em 2016, de acordo com levantamento efetuado pela Tribuna. O vereador considera ser imediata a tomada de providências, pois a população se sente cada vez mais insegura.

As duas iniciativas são importantes, pois apontam a situação da cidade dentro e fora dos presídios. O cárcere é uma bomba-relógio; as ruas, um espaço de medo que carece de ações não apenas sob o viés policial mas também de outras iniciativas. Caso contrário, vai prevalecer o mantra de “a polícia prende, e a Justiça solta os autores de ilícitos”.

Os dois projetos valem, também, para dizer ao Estado que é preciso evitar o que ora ocorre em presídios, especialmente os do Norte do país, controlados por facções e pontos de enfrentamento com vítimas sistemáticas. No auge da crise, houve inquietação nas penitenciárias do Linhares, prontamente abortada pelos agentes. Mas até quando? Daí a necessidade de o Estado agir antes do pior.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.