Ambiente em risco

O petróleo jogado na costa brasileira precisa ter sua origem identificada, mas a prioridade deve ser punir os responsáveis e agir para limpar as praias às vésperas da alta temporada de férias


Por Tribuna

25/10/2019 às 21h00

O petróleo que compromete a costa brasileira, provocando indignação geral, pode até ter sua origem definida – a Venezuela, como sugere o Governo -, mas é fundamental encontrar a matriz do problema, a fim de punir os responsáveis e criar medidas para impedir a repetição de tão grave acidente. O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse que os culpados serão encontrados, por ser uma questão de honra para o país, antecipando que até mesmo organismos internacionais colaboram nas investigações. E não há outro jeito, pois o fato, deliberado, ou não, foi de extrema gravidade diante das suas consequências.

Todos os dias, o noticiário aponta novos focos de contaminação, alguns deles verdadeiros cartões-postais do turismo brasileiro, como a praia de Canoa Quebrada, no Ceará, que registrou as primeiras manchas na manhã desta sexta-feira. Voluntários e militares do Exército já estão em campo, mas a extensão da mancha ainda é indefinida.

O vazamento não afetou apenas o ecossistema, o que, por si só, já é passível de graves punições, mas há danos colaterais. Com a chegada do verão, o Nordeste brasileiro torna-se o destino certo de milhões de turistas do país e do exterior que buscam aproveitar suas belezas. Haverá tempo para a retirada do petróleo antes da alta temporada; e, em havendo, ficará algum risco para a ocupação das praias? Essas indagações já ocupam corações e mentes dos interessados em visitar a região. As agências de turismo, certamente, têm a mesma preocupação. A indústria do turismo movimenta valores imensuráveis, e um acidente de tal monta é preocupante.

A limpeza da costa brasileira e dos rios é uma necessidade premente, que deve, a propósito, ficar longe de ilações políticas, pois estas, a esta altura dos fatos, só joga sombras em uma situação que carece de extrema transparência.
O problema é coletivo, exigindo a cooperação permanente entre União, estados e municípios. Apontar o dedo para um ou outro é o que menos se espera. Houve demora na tomada de medidas, mas de nada adianta, agora, a troca de denúncias quando a solução do problema deve ser a prioridade.

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