LEGADO DOS JOGOS


Por Tribuna

24/08/2016 às 07h00- Atualizada 24/08/2016 às 08h04

Terminada a festa – embora ainda tenhamos os Jogos Paralímpicos -, o país começa a discutir o legado da Olimpíada, especialmente no Rio de Janeiro, sede da competição, que passou por uma transformação abissal nos últimos seis anos. Foram ampliadas as linhas de metrô, agora integrado com os BRTs, e surgiu o Veículo Leve sobre Trilhos, que até então era visto apenas nas imagens de trânsito na Europa. Mas, além destes e das arenas, os cariocas ganharam o Boulevard, que se estende pela região do porto, antes, uma região degradada e feia, com uma perimetral, que comprometia a vista do Rio antigo, e a Avenida Rodrigues Alves, logo embaixo, ponto de insegurança extrema em sua escuridão. Ontem, o prefeito Eduardo Paes anunciou a implantação de quiosques, para manter ativa uma região que recebeu mais de um milhão de visitantes.

Mas os Jogos Olímpicos vão além das belezas do Rio, chegando também a outras cidades, entre elas Juiz de Fora, que recebeu nove delegações estrangeiras e teve um resultado acima de todas as expectativas. Nossos hóspedes conquistaram 13 medalhas, sendo quatro de ouro, numa clara demonstração do feed back que tiveram da cidade, da UFJF e dos equipamentos urbanos que utilizaram.

E é aí que é possível discutir o nosso legado. Ficou claro que há espaço para manter acesa a chama esportiva, mas é fundamental que o Governo veja também no esporte uma agenda de política pública. Potencial há, pois os atletas mostraram isso, só que é fundamental garantir as estruturas e dar garantias para o trabalho dos profissionais. O sucesso de países como Jamaica e dos africanos, sobretudo nas corridas, não é de graça. É fato que há o lado fisiológico, mas também há uma cultura que afeta diretamente as comunidades. No Brasil, o futebol é uma marca, mas os demais especializados também mostraram o seu potencial.

Juiz de Fora tem uma universidade de ponta e um estádio com estrutura para abrigar competições de grande porte, mas os demais equipamentos precisam ser implementados, como o ginásio poliesportivo e as quadras nos bairros da cidade. Mais do que isso, porém, é vital estabelecer ações sociais, capazes de mostrar que o esporte recupera e afasta do submundo aqueles por ele acolhidos.

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