Prioridade técnica
A construção de uma escola do SESI para atender à demanda da cidade e da Zona da Mata é um passo adiante na qualificação da mão-de-obra regional
Presidente da República de 15 de novembro de 1926 a 24 de outubro de 1930 – vinte e um dia antes do término de seu mandato – o advogado Washington Luiz se notabilizou pelo lema “governar é construir estradas”, que levou adiante durante todo o seu mandato e também quando presidiu o Estado de São Paulo. Foi na sua gestão a construção da rodovia que liga o Rio de Janeiro a Petrópolis, e que hoje leva o seu nome, numa extensão da BR-040. Natural de Macaé, no Rio, fez toda a carreira política em São Paulo.
O propósito de Washington Luiz adiantou, e muito, o desenvolvimento brasileiro, mas há outros que merecem prioridade, sobretudo nos tempos de hoje, quando o conhecimento é um bem de extremo valor. Governar, hoje, é construir escolas, pois são a matriz de profissionais que farão a diferença no futuro e por serem o espaço em que os desiguais podem ter a chance de competir.
Até 2025 – de acordo com as previsões – Juiz de Fora deve ganhar uma escola do Serviço Social da Indústria (SESI), cujo protocolo de intenções foi assinado nessa segunda-feira entre a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e a Prefeitura de Juiz de Fora. A unidade será voltada para o Ensino Fundamental I, II e Ensino Médio, com capacidade para cerca de dois mil alunos. A unidade integra uma série de investimentos da Federação, e, no caso de Juiz de Fora, consolida um “sonho antigo”, como destacou o seu presidente da Regional, Heveraldo Lima.
Educadora por profissão e vocação, a prefeita Margarida Salomão enfatizou que “queremos dobrar a capacidade de ensino do Sistema S na região da Zona da Mata e preparar bem a mão-de-obra”.
Ambos têm razão ao chamar a atenção para a formação de quadros. Juiz de Fora é considerada uma das cidades com melhor capacidade de formação de profissionais, o que foi destacado por dirigentes de empresas que estão se instalando na cidade. O problema anterior não era a qualificação. Os profissionais formados eram induzidos a migrar para outros mercados. Hoje, com novas oportunidades, poderão compartilhar seus conhecimentos na própria região.
A escola, ao atender à demanda não apenas de Juiz de Fora, mas também de toda a Zona da Mata, cumpre não só o papel social, mas também atua diretamente na expansão do conhecimento para a região, dado de grande relevância, por estabelecer uma política de desenvolvimento da cidade polo, mas também de seu entorno.
Escolas sempre são bem-vindas, sobretudo quando vão além do espaço físico e se tornam matriz para projetos de futuro. Uma escola técnica tem especial papel, pois prepara profissionais para um mercado cada vez mais exigente. Ademais, preenche uma lacuna que se reflete em boa parte das empresas nacionais: profissionais qualificados. Hoje, embora não haja a intenção de desqualificar o curso superior, o segmento técnico tornou-se estratégico, por fazer a interlocução das diversas etapas de produção.