SEGURANÇA EM XEQUE
Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, revelou que a principal preocupação do Governo não é o terrorismo – o que não significa desatenção -, e sim o crime comum, visível pelas ruas do país afora, por conta dos turistas que não apenas irão ocupar as arenas do Rio mas que visitarão outras cidades brasileiras. A criminalidade é um problema endêmico, que carece de preocupação permanente, daí o reforço no policiamento. Terrorismo, segundo ele, se combate com informação dos serviços de Inteligência e com medidas pontuais. O enfrentamento ao crime organizado envolve outras medidas.
A primeira questão é o fato de o crime ser um impasse permanente na sociedade moderna. Por conta de diversos fatores, sobretudo o tráfico de drogas, ele se disseminou por todos os cantos, não poupando, sequer, pequenas comunidades, antes infensas a esse tipo de problema. Das áreas urbanas à zona rural, o medo é um ponto comum, principalmente pelo avanço das ocorrências.
Em Juiz de Fora, são preocupantes os roubos de celular, a qualquer hora do dia e em todos os lugares, e a novidade: o incremento de roubos – e não furtos – de veículos. Entre os casos mais recentes, na noite de segunda-feira, um homem, parado numa das esquinas de Santa Luzia, para facilitar a manobra de outro veículo, teve seu carro roubado por dois homens. Ontem, no mesmo bairro, uma mulher ficou sem a sua motocicleta. Até bem pouco tempo, esse tipo de crime era incomum em Juiz de Fora. Hoje, nem tanto.
O ministro disse que a criminalidade se combate com aumento da segurança, o que implica maior efetivo de policiais, e aí surge o primeiro gargalo. O preenchimento de postos não corresponde à demanda, sobretudo nas metrópoles, forçando os agentes a trabalho dobrado e com o agravante de equipamento precário. A despeito dos concursos, Juiz de Fora continua com déficit tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil, e o resultado é preocupante. A cidade, que já teve como referência a segurança, hoje, não pode sustentar esse mesmo discurso.