CASO DE POLÍCIA
As fotos falam por si mesmas. As imagens de uma viatura da Polícia Militar incendiada, divulgadas ontem pela Tribuna, são um claro sinal do rompimento de limites. Os autores, embora presos, verbalizam um sentimento de impunidade que perpassa vários fronts da violência. Desta vez, destruíram um equipamento próprio para garantir a segurança da população. Isso não os intimidou, apontando, portanto, para a necessidade de tomada de providências. A Zona Norte tem sido palco de crimes de toda sorte, fruto, também, do enfrentamento de galeras e da própria comunidade, para definição de território. Quando isso acontece, o Estado tem que agir, sob o risco de, em não o fazendo, dar margem para atos mais ousados.
No seu oitavo mês, a cidade mantém a curva ascendente de crimes contra a vida e também contra o patrimônio. Essa escalada, que ganhou força nos últimos cinco anos, precisa ser contida antes que também seja incorporada à rotina da cidade. As grandes metrópoles já não se indignam com as ocorrências de seu dia a dia. Trata-se de um equívoco. Quando a rua se silencia, as sombras se movem e tomam seu espaço. O Estado ausente dá margem para o controle do crime organizado sobre as comunidades.
Juiz de Fora não chegou a esse estágio, mas é vital ficar atento e agir, pois o atentado a uma viatura da PM é um claro sinal de que, se isso pode, ações mais agudas também podem ser realizadas. É vital buscar a origem do problema e ocupar espaços, bastando lembrar da chamada “faixa de Gaza”, também na Zona Norte. Lá, o problema não foi totalmente resolvido, mas os enfrentamentos diários, que fizeram a comunidade refém, caíram substancialmente. Porém, tais questões não são apenas casos de polícia. É vital somar com ações sociais, a fim de dar chances para os que menos podem.