MUITOS DESAFIOS
Embora as convenções estejam previstas para julho e princípio de agosto, o eleitor, com uma boa antecedência, já sabe, pelo menos oficiosamente, quem serão os candidatos a prefeito no pleito de outubro. Além do prefeito atual, Bruno Siqueira, que tentará a reeleição, outros sete estão em campo com a mesma pretensão: dirigir os destinos de uma cidade com cerca de 600 mil habitantes, situada entre as cinco maiores do estado, com fortes desafios, mas detentora de uma vocação ímpar para ser protagonista no cenário nacional.
O município, como os demais, passa por um período de incertezas, uma vez que, pelas regras vigentes, há uma dependência abissal de Brasília e das capitais dos estados. Os prefeitos, embora sejam os mais próximos do eleitor e conhecedores diretos dos problemas que os afligem, não têm receita suficiente para atender-lhe os pleitos. A centralização econômica, que começou no discurso da moralização, tornou-se um impasse, pois a União, embora controle o caixa, não faz o mesmo com as obrigações.
O exemplo mais próximo está na saúde. Juiz de Fora tem gestão plena sobre o SUS, mas não recebe os repasses adequados para gerenciá-lo. Por isso, a urgência, como mostrou a Tribuna na última sexta-feira, tornou-se um problema grave, já que os encargos só aumentam, e os repasses ficam no conta-gotas. Além disso, os demais consorciados saem do programa, congestionando o HPS, um hospital com problemas próprios por acumular responsabilidades que seriam divididas.
Os candidatos precisam se inteirar dessa demanda, pois é com ela que subirão aos palanques, não apenas para criticar, pois aí ficariam no discurso fácil, mas para apontar saídas. Essa, no entanto, não é a única demanda. Os desafios dos gestores vão além disso.