PAPO DE PALANQUE
A duas semanas das eleições e com base no que está sendo dito na propaganda eleitoral, é possível depreender quem tem e quem não tem propostas para um eventual governo de Juiz de Fora. Há os candidatos que jogam para a arquibancada, com promessas que sabem que não vão sair do papel ou sem indicar de onde vão tirar o seu financiamento, e aqueles sinceramente engajados em propostas ideológicas que fazem parte do processo político. De resto, é a mesmice de sempre, num processo de ataque e defesa, quando o que se espera é indicação do que pode ser feito para o município.
Com cerca de 600 mil habitantes, a cidade, na verdade, é mais do que isso, pois tem uma população flutuante que não se limita às suas divisas. Polo de serviços, concentra milhares de pessoas que buscam na metrópole a realização de seus projetos, seja na área de saúde, de educação ou de lazer, mas o discurso em torno desse processo tem sido raso. Juiz de Fora não pode ficar restrita às suas demandas quando seu entorno também precisa crescer. Mas essa questão passou longe dos palanques, por desinteresse estratégico ou por não haver, de fato, discurso nesse sentido.
Com novos números de pesquisas, é provável que a discussão se torne mais intensa, mas o eleitor já não é mais aquele que se prende à palavra fácil. Ante tanta politização e com as ruas em ebulição, ele busca substância para, só aí, definir sua opção.
A corrida pela Câmara também revela os mesmos vícios, com promessas que fogem totalmente das prerrogativas do vereador, mas próprias para convencer os menos atentos. Uma pena, pois o momento é de discussões mais profundas.