ALÉM DO LIMITE


Por Tribuna

18/08/2016 às 07h00- Atualizada 18/08/2016 às 08h45

A explosão do paiol 1 da Imbel, na noite de terça-feira, causou pânico entre os moradores do entorno pelo barulho que pôde ser percebido até mesmo em regiões distantes, como a Cidade Alta. Os mais próximos foram para as ruas por acreditarem que algo mais grave tinha acontecido, como a queda de um avião ou até mesmo um terremoto, como apontaram os muitos relatos. A situação se agravou por causas das redes sociais e o seu uso inconsequente por alguns internautas. Antes mesmo das primeiras informações, já se dizia que o número de mortos era expressivo, assim como o de feridos. O agravante veio com as fotos. Eram imagens escatológicas de possíveis vítimas queimadas, com fraturas e outros requintes de um ritual de terror.

Eram informações e fotos falsas, colhidas no território livre da internet em outros episódios, alguns deles até do exterior, que reforçaram a imagem de medo da população. Afinal, falavam-se em três mortos e sete feridos. Os danos foram materiais, mas as consequências apontam para a irresponsabilidade de quem posta e de quem compartilha sem qualquer apuração. Nesse enredo, indicou-se como fonte a Tribuna, algo que o jornal não fez. Esse perfil falso não se sustentou, pois a TM tem como princípio a preocupação com a apuração. Sem a pressa dos incautos, só colocou a informação no ar depois de conferir a veracidade. E a verdade era a explosão, os danos em imóveis mais próximos e o pânico da população.

A partir deste e de outros feitos, é possível abrir discussões em torno do que leva uma pessoa a tomar esse tipo de atitude. Certamente, lhe falta educação, pois não mede a extensão do gesto e nem dos danos que pode causar. Além disso, imputa a terceiros uma responsabilidade pessoal de fazer tais publicações. Finalmente, é possível inferir que, além da educação, também pesa o lado psicológico, pois quem usa e abusa das reações humanas está alheio a tais sentimentos e desconhece o bom senso.

Como a internet ainda é um terreno pantanoso, é fundamental insistir nas discussões sobre o seu uso e punições para quem desrespeita regras mínimas no trato com a informação. O pânico instalado na noite de terça-feira foi apenas uma das pontas do problema que não se esgota aí.

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