GRANDE TESTE
A campanha eleitoral que começou ontem tem uma característica única: será a primeira sob as novas regras e um autêntico teste para o pleito geral de 2018. Agora, além de um período mais curto de convencimento do eleitor, não haverá financiamento empresarial, que durante anos irrigou projetos políticos de governistas e representantes da oposição. A principal avaliação será o caixa dois. Quando adotou medidas restritivas, o legislador levou em conta o dinheiro sem registro que passava pelos bastidores da campanha. Vai conseguir? Essa é a indagação, por tratar-se da chave de todo o processo inaugurado ontem. Os críticos dizem que, ao vedar o financiamento, a legislação incentivou o uso indevido dos recursos. Outros, no entanto, entendem ter sido a melhor forma para equilibrar o jogo.
Tais respostas só serão obtidas quando as urnas forem fechadas, e os resultados, anunciados, mas a Justiça Eleitoral está atenta a esse dado, pois foi uma das principais incentivadoras dos projetos que trataram do tema. O que não se colocou profundamente em pauta é se as estruturas de controle estão devidamente equipadas para exercer sua função. Este ano, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão em jogo mais de 60 mil postos. Para prefeito, são 5.568 vagas, o que equivale ao número de municípios brasileiros, e, para vereador, são 57.931. Minas está em primeiro na lista, com 853 prefeituras e 8.481 vagas em câmaras municipais.
As campanhas eleitorais tornaram-se cada vez mais caras ante o uso de recursos de toda sorte para chamar a atenção dos eleitores. Quando ainda havia autorização, os chamados showmícios eram verdadeiras festas, nas quais propostas e projetos eram o que menos contavam.Valia o show. Com a vedação, surgiram outras estratégias, mas é preciso insistir na discussão de programas, a fim de saber como os políticos pretendem dirigir os destinos da sua cidade sem promessas vãs.