Dia de festa


Por Tribuna

15/02/2017 às 03h00- Atualizada 15/02/2017 às 08h25

Brincar carnaval é legal, mas é preciso estabelecer limites para evitar que vândalos e gangues transformem a festa em pesadelo. Por isso, a criação de uma força-tarefa para combater os grupos ilegais e colocar ordem no recinto é importante, embora chegue com um certo atraso, uma vez que alguns eventos já se mostraram problemáticos desde a semana passada. O maior deles foi em São Mateus, com milhares de pessoas num espaço público, é fato, mas sem ação da polícia, que atormentou a vida dos moradores, do comércio e de quem ousasse passar por uma rua que, de repente, foi fechada pelos próprios foliões.

Já há algum tempo, a cidade retomou a tradição dos blocos de rua, como era comum em meados do século passado, especialmente nas ruas Marechal Deodoro e Halfeld, onde a disputa era sadia, para ver apenas quem fazia a festa mais animada. Os tempos são outros, e o que era um enfrentamento para destacar essa ou aquela fantasia tornou-se uma disputa de poder entre galeras, muitas vezes com o uso de armas, colocando em risco aqueles que estão no local – autorizado ou não – apenas para brincar.

A experiência deu certo, e as medidas ora em curso servem para garantir a festa sem atrapalhar quem dela não gosta, daí a importância de todos os setores, inclusive associações de bairros, sentarem-se à mesma mesa para debater a questão e encontrar uma alternativa que atenda a todos. Mas é fundamental haver razoabilidade de ambos os lados, pois carnaval tem barulho, tem gente nas ruas. É preciso zelar pelo espaço privado, hoje utilizado pelos mijões, que, a despeito de banheiros públicos, preferem a fórmula fácil da varanda ou do jardim alheio.

No Rio de Janeiro, houve uma intensa campanha contra os mijões – ainda em curso – a fim de apontar que é possível brincar sem comprometer a vida dos demais. Trata-se de uma ação de longo prazo, com viés educativo, mas necessária, para que os próximos eventos, devidamente autorizados e discutidos coletivamente, sejam apenas festa. Não mais do que isso.

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