AÇÕES DO GOVERNO
O Governo federal busca equilibrar as contas da União, mas corre o risco de, em vez de ajudar, matar o paciente tal o tamanho da dose do remédio econômico. É o que se vê, por exemplo, no ensino universitário, com cortes constantes em seus orçamentos e com previsão de virem outros pela frente. Em entrevista à Tribuna, o pró-reitor de Planejamento, Eduardo Condé, admitiu que ele e seus colegas de outros campi foram surpreendidos com limites que ninguém esperava, pois a previsão mais pessimista era a repetição do que já havia acontecido no ano passado: 20% em custeio e 60% em capital. Com o contingenciamento em curso desde 2015, as novas medidas traçam um cenário preocupante por conta das implicações.
As previsões iniciais apontam para o comprometimento de projetos importantes, a começar pela pesquisa, ponto estratégico das instituições e do próprio país. Quando se corta nesse setor, adia-se o andamento de projetos importantes ora em gestação no âmbito acadêmico. Mais grave, ainda, é a falta de perspectiva, pois não se sabe até quando tais restrições vão prevalecer. Como as decisões têm sido tomadas de cima para baixo, criou-se um universo de pessoas perplexas, sem saber o que virá pela frente.
No caso local, a universidade federal, nos últimos dez anos, tornou-se um canteiro de obras, com investimentos milionários na sua infraestrutura. Alguns deles estão inacabados, como o Hospital Universitário, na região de Dom Orione. O Governo sinaliza que não há previsões para o orçamento de 2017, a despeito da importância da conclusão da obra. O HU é uma necessidade da cidade e da região, fundamental não apenas para o ensino dos acadêmicos mas também para o acolhimento de uma demanda de pacientes que só cresce na cidade e na região.
A instância política de Juiz de Fora e da Zona da Mata não pode ficar inerte diante de tal situação, pois trata-se de uma questão de interesse coletivo, e, se nada for feito, todos perdem.