AGORA É CAMPANHA
A decisão da deputada Margarida Salomão de entrar no processo sucessório municipal, embora já esperada, mas só agora anunciada (veja Painel abaixo), sinaliza para uma nova etapa do jogo político na cidade. Se antes eram apenas especulações em torno de nomes, agora, começa o ciclo de consolidação das alianças e de proselitismo eleitoral, embora alguns já estejam no trecho há algum tempo, sobretudo os de menor visibilidade, na tentativa de equilibrar o jogo.
Será um certame mesclado por discussões municipais, mas com forte viés nacional ante o conturbado cenário político, daí a necessidade de os próprios atores definirem seu foco. O eleitor, a despeito de seu interesse pelas diversas operações ora desenvolvidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, não se afasta das causas locais, próprias das campanhas para prefeito e vereador. Por isso, os próprios candidatos devem ficar atentos em montar o discurso.
Juiz de Fora é uma cidade estratégica, principalmente no contexto estadual. Ao curso dos anos, porém, perdeu posições, fruto de ações políticas e econômicas, sobretudo da guerra fiscal estabelecida pelo Rio de Janeiro. Por ser próxima, foi uma das que mais sofreram no ciclo de migração industrial, e só agora o próprio Rio está percebendo ter sido um projeto predatório para Minas, mas sem vantagens objetivas para a região fluminense. A renúncia fiscal se manifesta agora, com um estado quebrado, sem meios de cumprir obrigações básicas, como pagar seu funcionalismo.
Retornar tais indústrias não é uma operação fácil, mas é fundamental adotar medidas para não apenas conter o êxodo como também captar novos investimentos para a região. O prefeito de uma cidade do porte de Juiz de Fora tem que olhar para além das montanhas, pensando no entorno, pois, à medida que este também recebe recursos, todos ganham. Hoje, a cidade tem apenas o ônus por ser polo e por acolher todas as demandas da Zona da Mata.