Obras inacabadas

A cidade tem dois grandes investimentos na área de saúde, que, se concretizados, atenderiam toda a demanda da região, mas nenhum dos dois tem data para acabar


Por Tribuna

11/12/2019 às 06h58

Na entrevista concedida às plataformas do Grupo Solar de Comunicação, o governador Romeu Zema revelou que pretende usar verbas indenizatórias da Vale, em decorrência da tragédia de Brumadinho, para tocar adiante o projeto dos hospitais regionais, entre eles o de Juiz de Fora. Afora isso, o Estado não tem recursos para conclusão do projeto iniciado ainda na gestão tucana. As empresas que assumiram a obra, sem repasses, ficaram inadimplentes e saíram do processo deixando o canteiro de obras ao relento, como é possível ver até hoje, com o material exposto ao tempo.

Não há previsão de recomeço, mas a conclusão da obra, por sua vez, não é garantia de encerramento das preocupações. O ponto relevante nesse tipo de empreendimento é o custeio, envolvendo equipamentos, medicamentos e mão de obra. Há recursos para essa nova etapa? Provavelmente, não. A cidade ainda terá que esperar por mais alguns anos para ver o projeto em plena execução.

A despeito de sua importância para a região, o hospital continua sendo um desafio para os gestores, agravado pelo encolhimento da economia. Sua importância, é fato, é estratégica, pois daria fim aos gargalos da saúde que se explicitam especialmente no HPS. A cidade acolhe não apenas a demanda local, também recebendo pacientes de municípios do entorno e até do vizinho Rio de Janeiro, dado que também se registra nas demais unidades hospitalares.

Em situação semelhante ao Regional encontra-se o Hospital Universitário, outro projeto concebido para resolver de vez o gargalo. Sua estrutura de primeiro mundo conta até com um heliponto, mas faz tempo que o projeto entrou em compasso de espera. As intervenções têm sido pontuais, mas nada que sinalize para a sua conclusão, a despeito das emendas parlamentares apresentadas para serem investidas no projeto. As universidades – e a de Juiz de Fora não é exceção – passam por um processo de desidratação, o que aponta para poucas perspectivas de curto prazo na concretização da obra.

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