A volta da dengue

O enfrentamento ao mosquito da dengue é uma ação permanente e que carece do envolvimento coletivo


Por Tribuna

11/10/2019 às 06h59

O início do período das chuvas e a chegada do verão, a partir de dezembro, apontam para a volta da dengue, por ser a combinação perfeita para proliferação do mosquito Aedes aegypti. É bem verdade que em 2019 a doença não saiu de cena; ao contrário, quando normalmente era para estar refluindo, as notificações aumentaram, e a cidade entrou em status de endemia. O mosquito mudou de perfil, e o tempo já não se apresenta como em outras épocas, quando as estações eram bem definidas.

Diante de tantas oscilações, a cidade precisa estar permanentemente envolvida no enfrentamento à dengue, nome, aliás, definido pela Comissão Especial criada na Câmara Municipal, com a participação de vários setores, com o objetivo de estabelecer políticas de combate ao mosquito. Nesta edição, a Tribuna destaca o risco palpável do aumento das transmissões se não houver engajamento da população para eliminar os criadouros.

A Vigilância Epidemiológica vem repetindo há anos o mantra da prevenção. Se cada um cuidar minimamente de seu espaço, os números retrocedem. Para isso, porém, é fundamental incutir na coletividade o sentimento de ação permanente. Quando a primeira onda da dengue surgiu em Juiz de Fora, a Prefeitura e vários órgãos do setor privado empreenderam uma série de mutirões para retirar entulhos de pontos críticos. O resultado foi positivo. No ano seguinte, a dengue teve números pífios na cidade.

E é aí que mora o perigo. Ante a queda dos índices, houve um relaxamento coletivo, que não pode se repetir daqui por diante. Combater o Aedes aegypti é uma agenda que só sairá de cena quando as autoridades sanitárias apontarem para a sua extinção. Até lá, porém, haverá muito trabalho.

O cidadão tem que ser alertado para questões de toda ordem. Como recomenda a Vigilância Epidemiológica, “caso verifique alguma irregularidade ou suspeita de foco, o número 199 e o Colab são canais para a denúncia”. Se houver engajamento, todos ganham, pois até mesmo os recursos aplicados nessa batalha poderão ter nova destinação. Até lá, porém, há um longo caminho a ser trilhado.

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