Fora do papel


Por Tribuna

11/01/2017 às 03h00- Atualizada 11/01/2017 às 16h24

Se avançarem além do plano das ideias, as propostas de dinamizar o gabinete de Gestão Integrada Municipal e a instalação do Conselho Municipal de Segurança Urbana e Cidadania serão ações concretas para o enfrentamento da violência. O Município, por meio de informações da Secretaria de Comunicação, pretende incentivar a discussão entre representantes governamentais e a sociedade para traçar metas constantes, com base no Plano Municipal de Segurança, e buscar recursos municipais, estaduais e federais para o Fundo Municipal de Segurança. Além disso, quer fortalecer o programa Olho Vivo e estender o monitoramento de câmeras para outras áreas; criar um programa de mediação e tratamento de conflitos para crianças, adolescentes e jovens envolvidos nas disputas de poder nos diversos territórios municipais.

Tais medidas são importantes para os tempos atuais, nos quais a violência não tem mais as chamadas áreas delimitadas, ou zonas de sombra. Ela se manifesta numa simples residência e até nas curvas das estradas, como a Tribuna pôde mostrar na edição de ontem em episódios nos quais duas pessoas morreram. Em nenhum dos casos se tratava das mortes anunciadas no enfrentamento constante das gangues. Eram pessoas no lugar errado e na hora errada. Não mais do que isso, mas que pagaram com a vida pelo modo como as coisas se desenvolvem no país.

O projeto da Prefeitura seria uma boa resposta a esses novos tempos, pois não basta a repressão, hoje feita pelo Estado através das polícias. Há também o componente social e o viés legal, pois a queixa recorrente, especialmente dos agentes que vão a campo, é de retrabalho, isto é, prendem os mesmos personagens por mais de uma vez, num entra e sai do cárcere promovido pela legislação e, sobretudo, pelo sistema, que não tem condições de acolher os presos. O claro retrato dessa situação está nas rebeliões que ocorreram no Norte do país, mas que se reverberam por outras partes, como prova material da falta de controle das autoridades.

Esse somatório de eventos precisa ser respondido também por um somatório de ações, pois é isso que a sociedade espera, a fim de retomar o pétreo direito de ir e vir sem constrangimento de qualquer sorte.

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