RegiĆ£o forte
A Zona da Mata precisa atuar integrada, para garantir investimentos que assegurem o crescimento de Juiz de Fora e, principalmente, dos demais municĆpios
Com quase 600 mil habitantes, Juiz de Fora tem se defrontado hĆ” anos com o dilema do desenvolvimento: articula investimentos para o seu projeto de crescimento ou luta para que esses recursos se espalhem pela regiĆ£o. A segunda questĆ£o ganhou forƧa quando se percebeu que nĆ£o basta Ć metrĆ³pole ter vida prĆ³pria e abandonar o seu entorno, pois isso implicaria seus prĆ³prios problemas. Fragilizados economicamente, esses municĆpios buscam na cidade-polo os serviƧos, especialmente, nas Ć”reas de saĆŗde e educaĆ§Ć£o. Juiz de Fora tem essa demanda cotidianamente, bastando ver o nĆŗmero de ambulĆ¢ncias de outras regiƵes, inclusive do Rio de Janeiro, trazendo pacientes para serem aqui atendidos, ou Ć“nibus com estudantes, principalmente Ć noite.
O crescimento tem que ser conjunto, a fim de formar projetos-diques, que retenham a populaĆ§Ć£o desses municĆpios na sua prĆ³pria base. Para isso, porĆ©m, Ć© preciso que tenham infraestrutura adequada, sobretudo nas Ć”reas que hoje buscam em Juiz de Fora. Hoje, Ć© fato, jĆ” hĆ” consciĆŖncia dessa virada, mas ainda hĆ” muito a ser feito.
O oportuno FĆ³rum de Desenvolvimento, promovido na semana passada pela AgĆŖncia de Desenvolvimento de Juiz de Fora e RegiĆ£o, apontou para esse viĆ©s. Os debatedores insistiram na tese de desenvolvimento integrado, pois Ć© a Ćŗnica em que todos ganham. Cidades como Belo Horizonte, por exemplo, sĆ£o basicamente centro de consumo, enquanto a RegiĆ£o Metropolitana concentra a maior parte de suas indĆŗstrias. Dessa forma, a regiĆ£o se fortalece, bastando ver o potencial dos municĆpios que a formam. AlĆ©m da capital, outros dois – Contagem e Betim – estĆ£o entre os mais ricos do estado. No TriĆ¢ngulo, UberlĆ¢ndia e Uberaba puxam o desenvolvimento; no Sul de Minas, Varginha e Pouso Alegre e PoƧos de Caldas lideram a lista.
O entorno de Juiz de Fora Ć© um dos mais pobres, mas, se devidamente atendido por polĆticas pĆŗblicas, pode virar o jogo. Para isso, porĆ©m, Ć© fundamental a aĆ§Ć£o das lideranƧas empresariais – que jĆ” estĆ£o fazendo a sua parte – e polĆticas, que a cada ano reforƧam o discurso, embora nem todos invistam, de fato, em tais aƧƵes.