PREÇO DA VIDA
Na última quinta-feira, um homem foi morto com requintes de crueldade no Bairro Santa Luzia. Seu crime: uma dívida de R$ 10. Os autores o mataram a pauladas e, mais tarde, ameaçaram a própria família da vítima, para que esta não denunciasse os responsáveis pelo crime. Essa ocorrência, mais uma na cidade, chama a atenção pelos detalhes e também por sua causa. Tira-se a vida de uma pessoa por tão pouco sem que haja qualquer tipo de arrependimento. Ao mesmo tempo, a sociedade não se indigna, como se episódios de tal sorte já fizessem parte do dia a dia.
No horário eleitoral e nas entrevistas, alguns candidatos têm apresentado propostas mirabolantes para o enfrentamento à violência, tratando o tema de forma rasa, como se a solução se desse por um passe de mágica. O grave desse enredo é que alguns eleitores compram esse discurso na busca de solução, quando ela não se restringe ao município, embora esse também tenha suas responsabilidades, especialmente no campo social e na implementação dos equipamentos urbanos.
Entre os postulantes a uma cadeira na Câmara Municipal, além daqueles que estão no páreo só para cumprir tabela, há personagens profissionalmente qualificados apostando no populismo, prometendo o que não lhes cabe fazer. Tudo em nome do voto.
No debate sobre a segurança pública, é preciso cobrar também dos parlamentares, especialmente os deputados estaduais, para que pressionem o Governo do estado a ter um olhar mais benevolente para a região. O governador Fernando Pimentel tem tido uma postura de resistência às demandas da cidade. Mesmo sabendo de sua importância, mantém o efetivo estático, sem o aumento expressivo de policiais e agentes, mesmo sabendo das carências. Os equipamentos continuam precários, e a vigilância acaba comprometida. O debate, pois, é bem mais profundo.