Meu pirão primeiro

Câmara quer conhecer os critérios adotados pelo Governo para recuperação de vias e as prioridades da Empav


Por Tribuna

09/01/2020 às 06h20

A Câmara ocupou boa parte da sessão ordinária dessa quarta-feira para avaliar a entrevista do prefeito Antônio Almas à Rádio CBN Juiz de Fora, também publicada na Tribuna, na qual ele traçou um quadro de penúria dos cofres públicos, com reflexos diretos em vários setores da Municipalidade e, especialmente, na zeladoria. A cidade, como admitiu o próprio chefe do Executivo, está um autêntico queijo suíço, com crateras espalhadas por todos os cantos, algumas delas comprometendo a mobilidade, especialmente nos corredores de ônibus. Os vereadores querem saber do Executivo quais são os critérios para escolha de umas em detrimento de outras vias e quais são as prioridades.

Como em situação de farinha pouca, meu pirão primeiro, cada um apresentou uma lista de localidades que merecem a atenção da Empresa Municipal de Pavimentação. Para tanto, o próprio presidente da empresa, Fúlvio Albertoni, que também tem a chave do cofre por ser secretário da Fazenda, está convocado. A audiência será no dia 15, às 10h. Deve repetir o discurso do prefeito sobretudo se abordar a situação da Empav, ora em fase de recuperação.

Na entrevista, o prefeito não poupou antecessores que deixaram a empresa chegar na situação em que se encontra e na qualidade do material utilizado para recapeamento de ruas com baixa duração. Não citou nomes, mas sabe a situação da empresa que por anos tornou-se um espaço para cargos comissionados em detrimento de técnicos e funcionários de carreira, acumulando um passivo trabalhista que só agora está sendo resolvido.

Os municípios, e Juiz de Fora não é exceção, vivem uma situação atípica de ocupação de postos. A cada mudança de comando, entra um contingente de comissionados, embora nem todos os da gestão anterior sejam desligados. O resultado são estruturas inchadas com ônus excessivos para o tesouro. Mais ainda, comissionado tem o seu regime próprio e não contribui para a Previdência Municipal. Como consequência, a folha de encargos cresce, e a receita continua estática. No final, a conta não fecha.

O cenário financeiro do município e as suas consequências, como os buracos, devem servir de referência não apenas para a campanha eleitoral, mas também para a atual e próxima gestão. O município tem que buscar alternativas para geração de recursos para investimentos e articular, cada vez mais, parcerias com o setor privado. Caso contrário, estará condenado a viver no permanente cenário de inações.

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