ÁREA INSTÁVEL


Por Tribuna

08/06/2016 às 07h00- Atualizada 08/06/2016 às 08h31

Saúde, educação e segurança pública sempre foram áreas sensíveis e que exigem investimentos permanentes para a sua execução, mas o Estado, a despeito de todas as ações, sempre está um passo atrás da demanda, sempre ascendente. Juiz de Fora vive essa realidade há tempos, sobretudo por ser polo de uma região extremamente carente. A maioria dos municípios de seu entorno não tem hospitais, quando muito, postos de atendimento, que servem apenas para a assistência primária. No mais, os pacientes são encaminhados para a cidade. A prova material está no número de ambulâncias de outros municípios que circulam pelo Centro de Juiz de Fora.

Há um consórcio que facilita tal migração, mas os números não correspondem à realidade, pois nem todas as prefeituras conseguem cumprir a sua parte ante um cenário de crise permanente e da dependência exclusiva do fundo de participação. Como o SUS não rejeita pacientes, o cenário é de problemas permanentes: hospitais lotados, consultas adiadas e carência constante. A série que a Tribuna está apresentando sobre os hospitais é a face exposta dessas dificuldades. Tanto a rede pública quanto a privada enfrentam dificuldades, sobretudo por conta dos repasses oficiais, sempre abaixo do necessário.

Há planos para novos hospitais, mas nem todos têm data definida para entrar em funcionamento, a despeito do avanço de suas obras físicas. Esta é a parte mais amena do projeto, sendo o custeio o ponto crítico. E é nesse gargalo que se situa, por exemplo, o Hospital Regional, prometido ainda na gestão tucana e mantido quase que no mesmo lugar no período de Fernando Pimentel. Na campanha eleitoral, os dois projetos de poder enfatizaram as obras. Na prática, a situação é outra. A despeito de ser um empreendimento para atender não apenas Juiz de Fora mas toda a região, o máximo que se consegue saber é que ficará pronto em 2018.

O problema é que a data de inauguração já passou por várias revisões, e a obra ainda não chegou ao seu ponto final. Ao contrário, sua retomada ocorre a conta-gotas, mais parando do que indo adiante, para a angústia de uma população que dele depende. Como a crise econômica chegou aos estados e municípios, há um argumento para a morosidade, mas os usuários não podem ficar nessa dependência, pois, no fundo, são as únicas vítimas de um longo processo.

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