Números de lá e cá


Por Tribuna

08/01/2017 às 03h00

As autoridades da segurança pública de Nova York divulgaram na última quarta-feira que o número de homicídios e tiroteios caiu ao seu menor nível desde o início dos anos 1990. As estatísticas revelaram que a cidade, com 8,5 milhões de habitantes, registrou apenas 335 homicídios em 2016, uma queda de 4,8% em relação a 2015. Com uma população que se aproxima dos 600 mil habitantes, Juiz de Fora fechou o ano com 154 crimes consumados contra a vida. Se estabelecidas as proporções, a diferença é abissal.

É fato tratar-se de um caso isolado, pois nas demais metrópoles americanas a violência explodiu, mas é preciso analisar o que ocorreu na Meca do consumo mundial e nos demais centros. O prefeito Rudy Giuliani, um republicano de ascendência italiana, inaugurou o que se convencionou na época de tolerância zero, além de um programa de polícia de proximidade e um trabalho “preciso” diante das quadrilhas. No Brasil, as ações são de puro enfrentamento, em que os policiais também são vítimas tal a letalidade do crime organizado.

Juiz de Fora, como a Tribuna mostra na edição de hoje, está com seus dados em curva ascendente e já acumula, na primeira semana de 2017, três homicídios, o que indica números mais perversos para este período. Como não há detalhes do plano de segurança anunciado pelo Governo federal, para combater especialmente os homicídios, é de se esperar que ele seja mais amplo, envolvendo políticas além da pura repressão.

É fato que os criminosos precisam ser apartados da vida social, mas, enquanto não se combaterem as causas, em sua origem, o resultado será apenas momentâneo, já que a elaboração desse cenário tem forte viés social.

Ademais, é necessário o envolvimento da instância política, pois é preciso cobrar do Governo estadual medidas pontuais, mas importantes, como o aumento do efetivo das polícias Civil e Militar e a atualização dos equipamentos de trabalho. A desidratação nos quadros das duas instituições em Juiz de Fora é visível, sob o olhar complacente, especialmente, da bancada estadual, que prefere ações isoladas, a despeito da força que representa se todos se unirem.

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