TIMES EM CAMPO
Encerrado o período de convenções, o eleitor já sabe, agora, quem são os candidatos a prefeito e a vereador aptos a buscar o voto a ser dado nas eleições de outubro. A cidade tem um expressivo número de postulantes ao comando da Prefeitura dos quais será cobrado um discurso distante do viés demagógico e próximo da realidade da cidade e do país. Com informações disponíveis em tempo real, o eleitor já não se contenta mais com o discurso fácil, recheado de promessas, muitas inexequíveis, próprio para obter apoio. Se serve de aviso, os políticos devem se prender ao realismo e às suas prerrogativas. Para o Legislativo, é comum se prometerem coisas que estão fora das atribuições, fruto do uso abusivo da paciência coletiva e também do próprio desconhecimento da função. Vereador é para legislar e fiscalizar os atos do Executivo. Fazer obras, não.
Será uma campanha atípica, pois terá a novidade de ter menor tempo de exposição – 45 dias – e sem o rio de dinheiro comum em outros pleitos. Sem o financiamento empresarial, os políticos terão que ser criativos para executar bem o pouco orçamento a eles destinado. O bom sinal é o desengajamento com patrocinadores que só se envolviam em causas em troca de benefícios. Aliás, essa foi uma das questões que levaram os legisladores a mudar as regras. As eleições em todas as instâncias estavam se tornando um balcão, no qual o “toma lá dá cá” era a máxima principal para a liberação de doações. Com as operações do Ministério Público e da Polícia Federal, como a Lava Jato, esse compadrio veio à tona.
O que se espera dos candidatos é um discurso propositivo, voltado para o futuro de Juiz de Fora, que vive o desafio do momento econômico nacional. Polo, a cidade é referência para seus parceiros da Zona da Mata, indicando que seu crescimento não é apenas uma questão local. O chefe do Executivo precisa olhar o entorno, pois há uma interdependência que exige a integração. A saúde, que ainda é a principal demanda, carece de novas ações, a começar pela cobrança para finalização das obras do Hospital Regional. Sua conclusão é pauta de interesse coletivo por conta de uma demanda ascendente, que pode ser vista nos postos de atendimento.
Mobilidade, segurança e educação são outras pautas recorrentes no debate político, e o eleitor estará atento ao que será dito, por considerar que tais questões exigem investimentos permanentes, implicando, pois, ampliação dos canais com as demais instâncias de poder.