Modelos de gestão
Inovar as administrações é uma necessidade inadiável para reduzir custos sem perder a qualidade dos serviços
Desde a última quarta-feira, Belo Horizonte é sede do Fórum Regional de Fortalecimento da Rede + Brasil, cujo objetivo é “fortalecer a governança, o diálogo e a gestão de recursos públicos”, como diz o texto de convocação de gestores públicos e privados. Pela primeira vez, o evento ocorre em Minas e foi aberto pelo governador Romeu Zema. No seu discurso, ele destacou que “um estado que arrecada recursos, mas não consegue devolver parte deles em investimento e ações, não está cumprindo sua função”. Aproveitou para relembrar a situação encontrada após o mandato do petista Fernando Pimentel e o que está fazendo para reabilitar a saúde financeira de Minas.
Discutir modelos de gestão, a despeito de qualquer fonte, é um imperativo da pós-modernidade, pois as velhas práticas, nas quais a interferência da má política prevalece, está ultrapassada, sobretudo quando se medem as consequências no dia a dia da população. Para ficar só no exemplo mineiro, há um considerável elenco de medidas que devem ser tomadas para mudar a situação. No mais recente ato, o Governo, com aval quase unânime da Assembleia, aprovou projeto para venda de créditos a que o Estado teria direito nas operações relativas à Codemig. O dinheiro, fruto da exploração do nióbio, servirá para pagar integralmente o 13º salário dos servidores e dar fim, mesmo que temporariamente, ao perverso parcelamento dos salários.
Tais fóruns são importantes, também, para apontar para a necessidade de mudanças a partir do Congresso. A reforma administrativa é um dado a ser considerado para modernizar a máquina pública, com a redução da burocracia sem comprometer a eficiência. Prefeituras, governos estaduais e União estão com suas estruturas inchadas sem que isso, necessariamente, produza melhor qualidade nos serviços prestados à população. Além disso, os custos cada vez mais altos refletem na desmobilização de investimentos. O custeio tem que encontrar novos patamares.
É fato que o viés ideológico tem forte influência na discussão, pois, se há um lado que defende menos Estado na gestão da ‘res publica’, outros entendem que ele é necessário para atender às demandas, sobretudo dos segmentos mais carentes, que não têm meios para garantir a sobrevivência digna, principalmente na saúde e na educação.
Há consenso, porém, quando se trata da necessidade de modernização. Isso só se faz com vontade política e olhar voltado para o futuro.