Dano colateral


Por Tribuna

06/11/2016 às 07h00

O que acontece depois do tiro? Para implementar o novo projeto gráfico da Tribuna, era preciso não apenas mudar o seu design, mas também a abordagem dos temas que fazem a vida da cidade. No momento em que o digital avança, os jornais impressos mudam a sua vocação. Além de espaço para divulgação dos acontecimentos, tornam-se também plataforma para discutir os temas que fazem parte da rotina das cidades, mas que carecem de abordagens mais profundas. É nessa prospecção que as soluções são apontadas, e as carências, denunciadas.

A matéria de capa desta edição é um dado emblemático para esse novo viés. Juiz de Fora, antes mesmo de fechar o ano, já registra cerca de 130 homicídios, mas a discussão, até então, se prende única e exclusivamente em cima de números, num ataque e defesa envolvendo os atores desse noticiário. O Estado se defende, dizendo estar fazendo o seu papel, e a sociedade ataca, cobrando soluções imediatas. A discussão, porém, não deve ser rasa, sobretudo ante a relevância dos fatos.

O que a TM mostra hoje é parte de um processo colateral que foge ao olhar coletivo: o que acontece depois do tiro não é um problema exclusivo de autores e vítimas dos crimes contra a vida, consumados ou não. É da própria sociedade, a quem, de novo, compete pagar a conta. As vidas que se estraçalham têm um custo pessoal, mas o reflexo em outras instâncias deve servir de discussão, sobretudo das representações políticas, para elaboração de projetos que reduzam essa barbárie. Esse tema vai prosseguir, assim como outros serão colocados na mesa, dando ao jornal um novo papel, o de incentivar o debate, fonte primária para se chegar a soluções.

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