Saúde é prioridade

Dar um destino aos hospitais regionais é uma decisão importante para a cidade, assim como é fundamental concluir o HU e abrir as portas
do João Penido


Por Tribuna

06/09/2019 às 06h59

06Saúde e educação são agendas permanentes da administração pública em razão de sua importância para a população. Um povo sem saúde e sem educação é induzido a um papel menor em qualquer contexto, mas gerenciar essas duas demandas exige criatividade e, principalmente, recursos. Sob esse aspecto, Juiz de Fora vive o paradoxo da qualidade: quanto melhor o atendimento, maior é a demanda, o que faz da cidade um polo de convergência de toda a Zona da Mata e, eventualmente, do Rio de Janeiro.

Num ciclo de recursos escassos, a população se vê diante do drama da falta de investimentos e, em muitas vezes, de ação das lideranças. Numa audiência pública, quarta-feira, em Belo Horizonte, a pedido do deputado Roberto Cupolillo (Betão – PT), a situação do Hospital João Penido, na região de Grama, foi o tema central. Há pelo menos cinco anos, o hospital fechou o conhecido atendimento de porta, prejudicando milhares de pacientes não só de Juiz de Fora, mas também de seu entorno. A solução ainda não foi encontrada, o que leva a preocupação dos usuários para um novo patamar.

O João Penido, no entanto, não é o único hospital com problemas. Desde o ciclo tucano de Aécio Neves, a finalização dos hospitais regionais tornou-se pauta permanente. Os projetos, criados na gestão do hoje deputado, que tinha como secretário de Saúde o ex-deputado Marcus Pestana, pouco avançaram, tornando-se esqueletos e denunciando a descontinuidade de obras de uma administração para a outra. Quando o PT chegou ao poder, com Fernando Pimentel, o discurso era de conclusão do projeto, mas as obras ficaram no campo da promessa.

O governador Romeu Zema, ressalte-se, não fez promessa, mas precisa dar pressa à consulta feita ao setor privado, na busca de sugestões para o futuro dos hospitais, com possibilidade de eventuais parcerias. Ele tem razão ao apontar que o Estado não tem meios para tocar projetos de tamanha magnitude, precisando de associados. O resultado da pesquisa ainda não foi computado, mas é tempo de ir adiante, a fim de apontar pela continuidade das obras, sua passagem para a iniciativa privada ou deixá-la ao sabor do tempo.

Na instância federal, o Hospital Universitário se aproxima do mesmo impasse. Sua conclusão também é uma necessidade.

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