OLHO NELES


Por Tribuna

06/09/2016 às 07h00- Atualizada 06/09/2016 às 08h46

Embora sem o rigor científico de uma pesquisa, a enquete realizada pelo Comitê da Cidadania, em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora, traçando um perfil do eleitor da cidade, é representativa. Por ela, 58% não acompanham o trabalho de seu vereador, o que pode ser constatado no dia a dia da Câmara, quando um reduzido número de eleitores assiste às sessões, salvo quando há um interesse direto em torno de determinados temas. Entre os 428 entrevistados, 41% disseram que acompanham as ações dos políticos.

Vistos com distanciamentos, os números são bons, pois quase a metade ainda tem preocupação com o que anda fazendo o seu vereador. Quatro anos depois do pleito, se forem indagados, muitos dos que foram às urnas sequer se lembram em quem votaram para o Legislativo Municipal, o que pode ser explicado até na sazonal renovação das cadeiras. Para este ano, são esperados pelo menos 50% de novos vereadores.

O Comitê da Cidadania, entidade sem fins lucrativos, tem prestado um relevante serviço nesse sentido, pois apresenta, com frequência, o desempenho dos edis, revelando projetos apresentados e, principalmente, o custo do mandato. Há os que gastam mais e os que gastam menos, mas o parâmetro deve ser a qualidade do custo, já que, a despeito de estarem no topo das despesas, alguns políticos justificam com ações claras em defesa da comunidade.

Às vésperas de um novo pleito, o relatório é fundamental para avaliação, mas serve, sobretudo, como advertência: não basta ir às urnas e dar o seu voto. É fundamental fazer o acompanhamento do mandato, pois, só assim, será possível questionar os eleitos, sobretudo quando fazem da campanha um momento de grandes promessas. Se olhar de perto, o eleitor irá perceber quem joga e quem não joga para a plateia apenas para se eleger.

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