Números iniciais

Pesquisa apontando a preferência do eleitor na disputa municipal deve ser vista como um primeiro passo, para início de articulações, mas já indica, de novo, a polarização de dois projetos que se enfrentaram também na instância nacional


Por Tribuna

05/09/2019 às 06h59

Pesquisas eleitorais, quando feitas com tamanha antecedência – falta basicamente um ano para o pleito de 2020 -, costumam olhar mais para trás do que para a frente, mas servem, de certa forma, para aquecer o jogo e acelerar conversações. Os números do Instituto Paraná Pesquisa, apresentados nesta quarta-feira pela Tribuna, apontam para um cenário que também se reverbera na instância nacional: a polarização entre o PT e o PSL, com as possíveis candidaturas das deputadas Sheila Oliveira (PSL) e Margarida Salomão (PT). A primeira, a despeito de ter seu nome pela primeira vez numa pesquisa majoritária, tem se revelado um fenômeno nas urnas desde a sua eleição para vereadora, em 2016, quando obteve cerca de dez mil votos, algo inédito na história política da cidade. Já a representante petista foi finalista nos três últimos pleitos, além de ser atuante deputada no Congresso Nacional.

Terceiro colocado nas simulações, o empresário Wilson da Rezato (PSB) está em campanha desde a sua primeira experiência nas urnas, há três anos. Com uma surpreendente votação para quem era um outsider da política, desde então, vem construindo um projeto de governo. Também próximo, o deputado Noraldino Júnior já passou pela Câmara Municipal, disputou a eleição para prefeito de 2016 e foi eleito parlamentar com uma expressiva votação. Ambos, portanto, são bem conhecidos do eleitor.

O prefeito Antônio Almas paga a conta de estar no poder. Com recursos reduzidos para implementar obras e ainda herdando um desgaste pelo modo como seu antecessor, Bruno Siqueira, saiu da Prefeitura – foi disputar uma vaga na Assembleia em vez do Senado -, ainda tem capital político, como o próprio Bruno, que, em um mesmo período antes da reeleição, era tido como “morto politicamente”. Virou o jogo e manteve o mandato de prefeito de Juiz de Fora. Almas não está fora e tem a caneta na mão, a despeito dos novos tempos da política.

Com o governador Romeu Zema bem avaliado, os chamados outsiders não devem ser descartados prematuramente. O governador teve uma impressionante ascensão diante de dois players da política mineira: o então governador Fernando Pimentel e o ex-governador Antonio Anastasia. Derrotou ambos e de goleada. Ainda tem capital político para servir de espelho para os pretendentes locais.

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