HORA DE AVANÇAR
Em meio às competições dos Jogos Olímpicos e uma campanha eleitoral prestes a começar, o Senado Federal dá curso ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, ao cumprir ontem mais uma etapa. Por 14 votos a cinco, o relatório do senador Antonio Anastasia foi aprovado. Cabe, agora, ao plenário, a palavra final, antes do derradeiro julgamento. Respeitando todos os prazos e mantido o pleno direito de defesa, o caso precisa de um desfecho, seja qual for, para o país tomar o seu próprio rumo. Hoje, todas as decisões, de certa forma, são provisórias, pois a interinidade não é garantia de continuidade. O próprio mercado, que já vê sinais de aquecimento da economia, ainda não soltou o freio por conta da incerteza.
E há razão para isso. Como vaticinava o ex-governador de Minas Magalhães Pinto, política é igual nuvem, estando em cada lugar a cada momento. O mesmo Congresso que passou o primeiro mandato dando maioria a Dilma, agora, discute a sua saída, decisão já definida pela Câmara Federal, quando aprovou o encaminhamento do processo para julgamento no Senado.
Embora tenha antecipado que não irá utilizar sábados e domingos para realização de sessões, o presidente do STF, Ricardo Lewandowisk, a quem caberá dirigir os trabalhos, já admitiu que até o final do mês tudo estará resolvido. E faz bem. A campanha eleitoral, que oficialmente começa no dia 16 e, na televisão, no dia 26 deste mês, deve ser desenvolvida sob o viés das demandas locais. Prosseguir o julgamento pelo mês que vem seria não apenas contaminar o pleito mas também deixar o país em compasso de espera.