Uso desordenado

O emaranhado nos postes da cidade, além do comprometimento estético, também pode gerar riscos, embora a maioria deles não seja condutor de energia elétrica


Por Paulo Cesar Magella

03/11/2023 às 09h58

A ocupação dos postes de energia na maioria das metrópoles tornou-se um problema ante a divisão de espaço que se estabeleceu: além de energia, eles também estão disponíveis para um variado número de cabos, especialmente de telefonia e internet. Há regras, mas nem sempre são seguidas, bastando olhar o emaranhado de fios nos diversos pontos da cidade.

O repórter David Acácio ouviu especialistas, que apontaram para a situação crítica, e colheu depoimentos de personagens que acabaram sendo vítimas de fios soltos pelas vias, como foi o caso do jovem Maicon Lanzoni, que teve o rosto cortado por uma fiação solta que lhe rendeu 25 pontos.

Os repórteres fotográficos Leonardo Costa e Felipe Couri também foram às ruas e registraram a ocupação desordenada dos postes, que acaba, por sua vez, facilitando os chamados “gatos”, já que é impossível conhecer todos os responsáveis pela fiação a despeito de contratos de cessão firmados pela Cemig, responsável pelos postes. A companhia pede a cooperação popular, para apontar os casos ilícitos, mas não é uma tarefa fácil.

A saída adequada seria a instalação subterrânea dos cabos, como ocorre especialmente na Avenida Rio Branco. Quando fez a mais expressiva remodelação da principal via da cidade, o então prefeito Mello Reis teve essa preocupação, destacando sempre que queria uma via eficiente e esteticamente bonita.

Fazer o mesmo processo pelas principais ruas da cidade, especialmente na área central, seria ideal, mas há problemas que vão desde os custos até a falta de um mapeamento do subsolo da cidade. Quando se falava nas primeiras redes de gás, o problema foi detectado. As prospecções iniciais revelaram redes de água e de esgoto totalmente desconhecidas. Hoje, o serviço é feito pela Gasmig, mas vira e mexe há impasses a serem ultrapassados. Ademais, mesmo distante dos olhos da população, há vários córregos subterrâneos, a começar pelo Independência, o principal deles.

As dificuldades, no entanto, não podem ser o empecilho para a implementação de projetos que levem a rede energizada para o subsolo. Situada num vale, Juiz de Fora é frequentemente assolada por tempestades, e um dos principais danos ocorre na fiação elétrica ante a queda de árvores sobre o posteamento. Além disso, há o risco para a população, que vira e mexe se depara com fios estendidos pelas calçadas. A maioria não porta energia, mas ninguém deve fazer tal verificação por mera curiosidade ou necessidade. O correto é acionar a concessionária.

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