Inimigo comum

O combate à dengue é uma missão de todos os segmentos, pois o mosquito causador da doença é fruto do afastamento de políticas públicas e do baixo envolvimento da população


Por Tribuna

03/10/2019 às 06h52

 

A criação de uma frente de combate à dengue foi um passo adiante no enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, responsável não só pela propagação da dengue, mas também por outras doenças. O envolvimento de vários segmentos abre a possibilidade de ações mais consistentes, sobretudo por contar com formadores de opinião e entidades indutoras de medidas objetivas.

A dengue, que nos primeiros registros mostrou-se uma doença sazonal, com maior incidência no final do ciclo das chuvas, mudou de perfil. Hoje, como mostram os próprios números, tornou-se uma endemia de viés permanente, com registros graves ao curso do ano inteiro. Além disso, o próprio mosquito passa por mutações que implicam novos riscos para a população.

Mas a população também tem que fazer a sua parte. A partir dos processos desenvolvidos pelo comitê de enfrentamento, ela deve ser induzida a tomar medidas caseiras que são estratégicas para o sucesso da operação. E são questões simples, mas de grande relevância, como impedir focos do mosquito em residências e terrenos baldios e, principalmente, disciplina no descarte do lixo. A despeito de Juiz de Fora ter uma coleta que atinge números expressivos, o volume de material recolhido em pontos inadequados impressiona.

Os organismos envolvidos na vigilância sanitária têm apontado para o ressurgimento de doenças consideradas erradicadas em decorrência não apenas da leniência dos organismos públicos, mas também pela falta de esclarecimento popular. O acesso às vacinas – boa parte delas disponíveis nos postos de atendimento – nem sempre cumpre as metas em razão do desconhecimento ou por razões religiosas e ideológicas.

O desafio do grupo de enfrentamento é mudar o foco da discussão e implantar o comprometimento coletivo, pois a dengue, além das consequências pessoais, possui repercussões pecuniárias para o próprio Estado, a quem cabe suprir postos de atendimento com medicamentos, pessoal e equipamento. É hora de virar o jogo.

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