PROMESSAS NO PAPEL
Quase dois anos depois de ter tomado posse, o Governo do estado ainda usa o discurso de herança maldita para justificar suas inações, sobretudo no interior. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde disse que os repasses para a Acispe e o Hiperdia, programas ameaçados de fechamento por falta de verba, estão atrasados por causa de uma dívida de R$ 1,5 bilhão do mandato anterior. Pode até ser, mas já houve tempo suficiente para encontrar saídas. Ademais, desde a campanha de 2014, já se sabia da situação do estado, não havendo mais espaço para olhar para trás. Esse discurso vale para os palanques e para os três primeiros meses. Depois disso, a responsabilidade muda de dono.
A saúde é a principal demanda da população em todas as pesquisas, o que faz dela, também, uma prioridade em todas as instâncias de Governo. Juiz de Fora, que não faz parte do consórcio, mas com ele tem convênio, tem outras questões que dependem diretamente do estado e que não estão sendo resolvidas, a começar pelo Hospital Regional.
Agora, quando os candidatos estão defendendo seus projetos, já se falou em conclusão da obra, como se fosse isso fruto de um passe de mágica. Falta, sim, o estado cumprir a sua parte e dar curso ao empreendimento. Na campanha de dois anos atrás, o governador Fernando Pimentel disse que iria terminar todos os hospitais regionais que estavam em construção. Ele já está no meio do mandato, e nada aconteceu.
O risco das promessas é a frustração que causam quando ficam apenas nos discursos. O eleitor precisa ficar atento ao que será dito na disputa municipal. Muitas das propostas dependem não apenas da boa vontade do gestor mas de investimentos financeiros. E é aí que deve ser feita a indagação. Virá de onde, e como?