Terceiro suspeito em caso de mulher enterrada viva continua foragido
De acordo com a Polícia Civil, investigados têm 20 e 22 anos; um terceiro suspeito segue foragido
Dois jovens, de 20 e 22 anos, foram presos por suspeita de terem enterrado uma mulher de 36 anos com vida em um cemitério em Visconde do Rio Branco. Além deles, um terceiro suspeito segue foragido. Os detalhes das investigações foram repassados pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) durante entrevista coletiva à imprensa realizada na tarde desta terça-feira (4), na Delegacia Regional de Ubá.
Os dois homens foram presos na noite do último sábado (1º de abril), quando tentavam fugir para a cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o delegado Douglas Motta, que auxiliou na prisão dos suspeitos, por meio de informações de populares e trabalho de inteligência, foi possível identificar que dois dos possíveis autores do crime estavam no município de São Geraldo, enquanto um terceiro se encontraria em Viçosa.
Por meio da informação de que eles iriam fugir, tendo como destino uma favela no Rio de Janeiro, os policiais conseguiram abordá-los no trevo de Visconde do Rio Branco. No veículo em que se encontravam, estavam quatro pessoas, sendo duas delas suspeitas da tentativa de homicídio.
“Um continua foragido. Ainda estamos trabalhando de forma incessante para poder localizar esse indivíduo, para tão logo efetuar a prisão e colocar todos à disposição da Justiça para responderem por seus atos”, disse Douglas.
Os suspeitos estão sendo investigados por tentativa de homicídio qualificado, ou seja, quando há um motivo torpe. De acordo com o delegado regional de Ubá, Diego Candian Alves, o crime teria sido motivado por vingança, já que os autores espancaram a mulher por conta de um desacerto envolvendo drogas e uma arma de fogo que eles haviam solicitado que ela cuidasse.
Antecedentes criminais
Conforme Alves, os suspeitos presos já possuem passagem pela polícia por envolvimento com tráfico de drogas, inclusive quando eles ainda eram adolescentes. Um deles, além de tráfico, também possui histórico de corrupção de menores e porte ilegal de arma de fogo.
“O crime chama a atenção pela crueldade empregada”, comenta o delegado. “Não bastasse efetuar os golpes em região vital da mulher, optaram também, de uma forma cruel, por sepultá-la viva.”
Investigações prosseguem
Como informado pela chefe do 4º Departamento de Polícia Civil em Juiz de Fora, Flávia Mara Camargo Murta, a vítima, de 36 anos, ainda não foi ouvida oficialmente pela Polícia Civil por conta de seu estado de saúde. Desta forma, as investigações prosseguem para que haja mais detalhes, como, por exemplo, de quanto tempo ela chegou a ficar enterrada viva.
“Existe uma especulação de tempo, mas nós precisaríamos ter a certeza de quando ela foi abordada, por quanto tempo foi agredida e qual o real tempo que ela ficou encarcerada dentro desse sepulcro. Essas são informações que fazem parte da análise das circunstâncias dos fatos, algo que ainda está sob investigação”, explica.
A vítima segue internada na UTI do Hospital São João Batista, em Visconde do Rio Branco. Conforme a última atualização consultada pela Tribuna, o estado da vítima é estável.
Questionada sobre a presença de outra pessoa na cena do crime, que seria o companheiro da vítima, a delegada informou que uma possível participação ou responsabilidade ainda está em apuração. “As investigações ainda estão bastante prematuras. O importante é que a Polícia Civil já identificou e qualificou os autores, estando dois presos. Isso já foi, para nós, um grande avanço, porque a partir da prisão dos suspeitos, as testemunhas e até mesmo a vítima começam a se sentir mais à vontade para poder falar a verdade dos fatos.”
O caso
No último dia 28, uma mulher de 36 anos foi enterrada com vida em um cemitério em Visconde do Rio Branco, a 128 quilômetros de Juiz de Fora. A Polícia Militar (PM) foi acionada por coveiros do Cemitério Municipal que visualizaram uma catacumba fechada com tijolo e cimento fresco, com sinais de sangue próximo à gaveta. Ao chegar no local, os policiais ouviram pedidos de socorro que vinham do interior do sepulcro.
Ao iniciar a abertura do túmulo, os militares encontraram uma mulher com vida e ferimentos na cabeça. Aos policiais, ainda confusa, a vítima disse que homens encapuzados chegaram no local onde ela estava, a abordaram, agrediram e a levaram, não tendo visto mais nada. A mulher foi atendida pelo Samu e encaminhada ao Hospital São João Batista em Visconde do Rio Branco, onde ainda segue internada.