Custos, regulamentação de leis e novo sistema: vereadores e população listam as primeiras preocupações com licitação do transporte
Consulta pública sobre nova proposta está aberta até este domingo
A Câmara Municipal de Juiz de Fora realizou, na manhã e no início da tarde desta quinta-feira (30), a primeira audiência pública sobre a nova licitação do transporte coletivo. A preocupação mais citada pelos vereadores foi como arcar com os custos das novas propostas.
O vereador Tiago Bonecão (PSD), presidente da Comissão de Urbanismo da Câmara relatou outra preocupação: “Fui diretor operacional do Demlurb. O caminhão de lixo tinha idade média de 4 anos, quantas vezes eles quiseram passar para 1 ano. É inviável. Nenhuma empresa vai vir para a nossa cidade, porque não se paga o contrato, descendo de 10 para 4 anos no transporte coletivo”.
O vereador Dr. Antônio Aguiar (União) lembrou que existe uma lei já sancionada, mas não regulamentada, e que precisa ser contemplada no novo contrato: “O suporte para bicicletas em transporte público é uma maneira de estimular não só o uso do ônibus, mas também um outro modal de deslocamento. O Projeto de Lei incluía, a cada ano, 10% de acréscimo de ônibus que tivessem suporte dianteiro para três bicicletas”.
Participação da população
A população pode enviar contribuições na consulta pública sobre a nova licitação até o próximo domingo (2). Após a conclusão, ainda serão realizadas outras audiências públicas sobre o tema.
Na audiência realizada nesta quinta, outras preocupações foram expostas. Denise Gama, da Associação de Moradores do Bairro Graminha, afirma que o Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, do qual fazia parte, não funciona desde outubro de 2023, quando foi feita a última reunião, e faz falta na discussão.
Fábio Jacob da Silveira, do setor de pesquisa da UFJF, formado em Geografia, ressaltou que a proposta não se restringe somente a uma mudança de empresas: “Significa, de fato, um novo modelo, um novo sistema de transporte, já que são propostas linhas expressas, paradoras, linhas bairro, linhas centro-bairro e rural. No modelo, pelo que eu apurei, cerca de 60% das linhas vão passar por transbordo de passageiros”. Ele citou a preocupação de que a licitação não contemple novos terminais, por ser mais oneroso, mas faça transbordo em pontos simples.
O transbordo é justamente o medo de Gerusaide Ribeiro, moradora da Zona Norte há 40 anos e usuária do transporte coletivo: “Se tem uma coisa que a gente já experimentou e foi traumático, foi o transbordo. Na época, a gente pegava o ônibus, parava no terminal – que atualmente é o 27º Batalhão – e aí ficava aquela loucura, uma bagunça, um caos. Infelizmente, a Zona Norte foi escolhida naquela época para fazer esse teste”.
 
 
 
 
 








