Após defesa de Dilma, Cardozo chora e se diz indignado com fala de Janaína
Bastante emocionado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo não conseguiu segurar as lágrimas depois de apresentar a defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, no plenário do Senado. Ele classificou de “muito injustas” as palavras da acusação, de que o afastamento da petista teria como objetivo o bem das gerações futuras.
“As palavras da acusação foram muito injustas. Para quem conhece a presidente Dilma, pedir a condenação para defender os seus netos, foi algo que me atingiu muito fortemente”, disse Cardozo. Questionado sobre o motivo de estar tão emocionado, Cardozo respondeu que ele jamais vai perder a capacidade de se indignar diante das injustiças. “Aquele que perde a capacidade de se indignar diante da injustiça, perdeu a sua humanidade, por isso eu me emocionei.”
Em sua exposição, a advogada de acusação, Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment pediu desculpas pelo sofrimento causado em Dilma, mas disse que fez “isso também pensando nos netos dela”. A fala causou reação imediata no plenário. Ela foi chamada de “golpista” pelo deputado José Guimarães (PT-CE).
Assim que acabou a sua explanação no plenário, Cardozo foi abraçado por senadores aliados. Parlamentares a favor do impeachment também o cumprimentaram. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aplaudiu efusivamente a sua fala.
Dilma liga para Cardozo e elogia sua defesa
A presidente afastada Dilma Rousseff telefonou nesta terça-feira, 30, para José Eduardo Cardozo, seu advogado, e elogiou a última defesa que ele fez, no plenário do Senado, no processo de impeachment. “Chorou, hein?”, disse Dilma, que está reunida, no Palácio da Alvorada, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes de movimentos sociais.
“No dia em que uma pessoa perde a capacidade de se indignar diante da injustiça, é porque se desumanizou. E eu não quero me desumanizar”, afirmou Cardozo, após receber a ligação de Dilma, por volta de 15h35. Lula também elogiou Cardozo, com quem já teve vários embates na época em que ele era ministro da Justiça do governo Dilma e, na avaliação do petista, não controlava a Polícia Federal. “Cardozo fez uma defesa brilhante”, afirmou o ex-presidente.