Policiais e bombeiros militares podem cruzar os braços
Policiais e bombeiros militares de Minas Gerais realizaram manifestações nesta segunda-feira (19) contrárias ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 257, que prevê regras para a renegociação da dívida dos estados com a União. De acordo com o entendimento da categoria, a validação do PLP pode resultar em congelamentos de salários, de promoções e do recrutamento de novos integrantes para as corporações. Em protesto que teve início pela manhã e se estendeu à tarde, a categoria sinalizou a possibilidade de paralisar as atividades. De acordo com publicação da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG) no Facebook, policiais e bombeiros “decidiram pela paralisação a partir das 10h de amanhã (terça-feira), dia 20 de dezembro”. Ainda hoje representantes dos militares têm agenda com o governador Fernando Pimentel (PT) para debater o tema. A reportagem da Tribuna tentou contato com o comando da Aspra e de outras entidades ligadas aos militares estaduais, sem, contudo, obter sucesso até a publicação desta matéria.
Informações extraoficiais que já começam a veicular na mídia de Belo Horizonte dão conta de que a paralisação, que pode ser deflagrada a partir de amanhã consistirá em uma espécie de aquartelamento, com os efetivos atendendo às chamadas de dentro dos quartéis, sem saírem para a rua. A adoção de tal prática poderia comprometer ações ostensivas. Segundo matéria veiculada hoje à tarde pelo jornal “O Tempo”, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que mantém laços e atuação parlamentar relacionados aos militares, confirmou o movimento. “Essa PLP simplesmente acaba com a carreira da Polícia, e não vamos aceitar isso”, afirmou. A decisão – que ainda depende de confirmação oficial – teria sido tomada em encontro realizado em Belo Horizonte. Uma outra assembleia está prevista para esta terça-feira, dia 21, em frente à sede da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Ao jornal “Estado de Minas”, o chefe da sala de imprensa da PM, Flávio Santiago, admitiu que a possibilidade de paralisação ou até mesmo de greve chegou a ser discutida por militares. Contudo, sinalizou que uma posição mais definitiva ainda precisaria ser tomada. “Foi falado da paralisação durante a manifestação, mas foi deliberado que será aguardada a votação de hoje à noite para deliberar sobre os próximos passos do movimento.” Os protestos dos militares contra o PLP também ocorreram em Juiz de Fora, onde policiais e bombeiros manifestaram ao lado de outros servidores que integram o funcionalismo público estadual. O grupo se reuniu pela manhã no Parque Halfeld. De lá, os manifestantes desceram o Calçadão e encerraram o ato na Praça da Estação, em frente à sede da 30ª Companhia da Polícia Militar.