Deputados de JF confirmam expectativas na Câmara
A votação dos deputados federais de Juiz de Fora confirmaram as expectativas antecipadas anteriormente. No placar local, dois votos foram favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e um contrário ao afastamento da petista. O apoio ao impedimento veio dos oposicionistas Júlio Delgado (PSB) e Marcus Pestana (PSDB). A deputada Margarida Salomão (PT) se manifestou favorável à manutenção do mandato de Dilma.
O deputado federal Júlio Delgado aproveitou sua fala para fazer uma ameaça a Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara. “Não é por você nem pelos seus golpes que eu vou deixar de votar sim”, disse, dirigindo-se a Cunha. Segundo parlamentar eleito por Juiz de Fora a declarar voto na sessão, o deputado Marcus Pestana (PSDB) afirmou que, “pelas tradições de Minas”, diz não ao que classifica de “estelionato eleitoral”. “Pelas tradições libertárias da Minas de Tancredo Neves, Itamar Franco, JK e Tiradentes, digo não à corrupção, não à fraude fiscal, não ao estelionato eleitoral.”
Na sequência, a deputada Margarida Salomão (PT) votou não à abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e criticou que os demais deputados não tocaram nos temas pertinentes à peça jurídica e justificam seus votos por questões alheias como lugares-comuns, como o recorrente discurso “pela família”. “Ouvindo com atenção os oradores que me precederam, ouvi com espanto que a maioria dos deputados que apoiam o impeachment o fazem lembrando seus familiares, mas não aludem ao crime de responsabilidade que seria a causa constitucional do impeachment, não aludem que esse crime não existe, que Dilma é uma mulher decente, íntegra , honesta, vítima de uma grande injustiça. Quero falar em nome da democracia, em nome de todos que estão nas redes e nas ruas contra o golpe, contra os golpistas, contra Eduardo Cunha e contra Michel Temer”, discursou Margarida antes de declarar seu voto em defesa de Dilma.
Vale lembrar que até o início da semana passada o número de deputados com domicílio eleitoral em Juiz de Fora era maior. Suplente, Wadson Ribeiro (PCdoB) ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados até a última quinta-feira. O parlamentar, entretanto, acabou deixando a função após a movimentação do Governo, que liberou deputados eleitos como titulares e ocupavam cargos na Esplanada dos Ministérios para reassumirem suas funções no Poder Legislativo. Sem direito a voto, Wadson se posiciona de forma favorável à manutenção do mandato de Dilma, logo, contrário ao impeachment.