Mais de 400 realizam ato contra terceirizaĆ§Ć£o
Em protesto contra o avanƧo na votaĆ§Ć£o do Projeto de Lei (PL) 4330/2004, que regulamenta e amplia as terceirizaƧƵes inclusive para atividades-fim no paĆs, centrais sindicais, entidades de classe e movimentos sociais de Juiz de Fora levantaram a mesma bandeira na tarde desta quarta-feira (15), no CalƧadĆ£o da Rua Halfeld. Os manifestantes empunharam faixas e revezaram-se no microfone denunciando a precarizaĆ§Ć£o nas condiƧƵes de trabalho a que estes trabalhadores estĆ£o submetidos. O objetivo comum era conscientizar a populaĆ§Ć£o e pressionar parlamentares e classe polĆtica para que o PL saia de pauta.
O ato comeƧou por volta das 15h30, no CalƧadĆ£o, em frente ao Banco do Brasil, e ganhou corpo com a chegada dos professores municipais, que, apĆ³s assembleia sobre o movimento grevista, aderiram ao movimento. Segundo cĆ”lculos dos organizadores, o grupo formado por 400 a 500 pessoas desceu a Rua Halfeld, seguiu pela Avenida GetĆŗlio Vargas atĆ© a Rua Santa Rita e voltou pela Avenida Rio Branco atĆ© a Marechal Deodoro. A dispersĆ£o aconteceu por volta das 18h. NĆ£o houve transtornos. O protesto marcou, em Juiz de Fora, o “Dia Nacional de ParalisaĆ§Ć£o”, realizado em todo o paĆs.
O secretĆ”rio de AdministraĆ§Ć£o e FinanƧas da Central Ćnica dos Trabalhadores (CUT) Minas, Carlos Alberto Nunes, comenta que a mobilizaĆ§Ć£o teve inĆcio com a aprovaĆ§Ć£o do texto-base pela CĆ¢mara dos Deputados hĆ” uma semana. Na terƧa-feira, comeƧouĀ a votaĆ§Ć£o das emendas. A matĆ©ria ainda precisa ser apreciada pelo Senado. Nunes Ć© taxativo ao afirmar que a medida prejudica o trabalhador. Ele comenta que os terceirizados em Juiz de Fora hoje, a exemplo do restante do paĆs, contam com salĆ”rios reduzidos, jornada ampliada e menos direitos ante os protegidos pela ConsolidaĆ§Ć£o das Leis Trabalhistas (CLT). Ele cita, ainda, atrasos recorrentes nos pagamentos e problemas nas rescisƵes, comuns entre a categoria.
O presidente do Sindicato dos MetalĆŗrgicos, JoĆ£o CĆ©sar da Silva, criticou o fato de o projeto de lei estar engavetado hĆ” mais de dez anos e, agora, estar sendo votado “Ć toque de caixa”, sem amplo debate com os trabalhadores e a sociedade. “NĆ£o tem experiĆŖncia de terceirizado bem-sucedida.” Mediante os problemas verificados hoje, enfrentados pelos trabalhadores que atuam na atividade-meio, o metalĆŗrgico acredita que a reduĆ§Ć£o no nĆŗmero de postos de trabalho e a precarizaĆ§Ć£o das condiƧƵes de trabalho sĆ£o possibilidades reais, caso o PL avance e nĆ£o seja vetado pela presidente Dilma Roussef (PT).