TransferĂȘncia de Adelio mobiliza forte aparato; Aeroporto da Serrinha foi isolado
Conforme a direção do aeroporto, operação teve efetivo de cerca de 30 pessoas, entre PMs, policiais federais, agentes penitenciårios e seguranças do próprio terminal
Nas primeiras horas da manhĂŁ deste sĂĄbado (8), o agressor confesso do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Adelio Bispo de Oliveira, foi transferido de Juiz de Fora para a penitenciĂĄria federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Pouco antes das 7h30, ele chegou ao Aeroporto Francisco Ălvares de Assis, o Serrinha, sob forte aparato policial. O transporte foi feito por um aviĂŁo da PolĂcia Federal (PF). Ainda nĂŁo se sabe se o voo serĂĄ direto ou haverĂĄ escalas. A expectativa Ă© que o agressor chegue ao presĂdio de segurança mĂĄxima ainda no final desta manhĂŁ.
Conforme o diretor jurĂdico do Serrinha, Alfredo Nicolau, a aeronave modelo Caravan chegou Ă Juiz de Fora na prĂłpria quinta-feira (6), dia do atentado a Jair Bolsonaro, Ă noite. Nela, estavam cerca de 15 policiais federais, que acompanharam as oitivas realizadas tanto na PF quanto na Justiça Federal. Conforme o diretor, para a transferĂȘncia propriamente dita foi mobilizado um efetivo de cerca de 30 pessoas, entre policiais militares (que deram apoio Ă operação), policiais federais, agentes penitenciĂĄrios e seguranças do prĂłprio terminal.
A mobilização e a estruturação do esquema de segurança começou por volta das 6h e, por cerca de quarenta minutos, o Serrinha ficou isolado. Conforme Alfredo, o suspeito chegou em uma viatura, sob a guarda de agentes de segurança, e permaneceu nela atĂ© o embarque na aeronave, que aconteceu de forma rĂĄpida e sem intercorrĂȘncias. Antes de sair da cidade, Adelio teria sido novamente interrogado na sede da PF, com objetivo de saber se ele realmente agiu sozinho, como alegou, ou contou com a ajuda de outras pessoas e se o crime teve a participação de um mentor intelectual.
O Departamento PenitenciĂĄrio Federal (Depen) jĂĄ havia formalizado a intenção de transferir AdĂ©lio para a penitenciĂĄria federal de Campo Grande. O processo, no entanto, ainda dependia da PolĂcia Federal e da Justiça Federal. A decisĂŁo de converter a prisĂŁo em flagrante do acusado em preventiva foi tomada na audiĂȘncia de custĂłdia realizada pela juĂza da 2ÂȘ Vara Federal, PatrĂcia Alencar Teixeira de Carvalho, na tarde de sexta-feira (7). A magistrada sustentou que AdĂ©lio acarreta risco Ă ordem pĂșblica, considerando sua “periculosidade”. Um dos objetivos da transferĂȘncia Ă© manter a integridade fĂsica dele, impedindo uma “queima de arquivo”.
Adelio foi enquadrado no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional pelo fato de o crime ter motivação polĂtica e religiosa. Na sexta-feira, os quatro advogados de defesa do autor sustentaram a versĂŁo de que o cliente agiu sozinho, por motivaçÔes polĂticas, e que ele teria reagido aos discursos de Bolsonaro, discordando do posicionamento polĂtico e das declaraçÔes do presidenciĂĄvel, entre elas, a de que “quilombola nĂŁo serve nem para procriar”, frase dita em uma palestra proferida pelo deputado federal em 2017. Os advogados de Adelio disseram, ainda, que vĂŁo entrar com pedido na Justiça para que ele seja submetido a exame de sanidade mental.
A transferĂȘncia para um presĂdio federal foi tomada em comum acordo entre a juĂza federal PatrĂcia Alencar, o MinistĂ©rio PĂșblico Federal e a prĂłpria defesa do acusado.
Tópicos: bolsonaro / eleiçÔes 2018