PL que aumenta número de deputados para 531, com cadeira para Minas, é aprovado pela Câmara

Discussão sobre o mérito do projeto ocorreu na noite desta terça-feira e resultou na criação de 18 vagas


Por Agência Estado

07/05/2025 às 09h59

A Câmara de Deputados aprovou, nesta terça-feira (6), o projeto de lei complementar (PLP) que permite o aumento de vagas para deputados federais, por 270 votos a favor e 207 contra. O texto segue para o Senado.

A discussão sobre o mérito do projeto foi iniciada às 20h10, logo após a aprovação da urgência na tramitação do texto, por 268 votos a 199. O projeto é de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ) e estabelece que o número de deputados federais não será inferior a 531 representantes – hoje, são 513.

O texto aprovado foi o substitutivo apresentado pelo relator do projeto na Comissão de Finanças e Tributação, Damião Feliciano (União-PB).

O projeto altera a Lei Complementar nº 78 de 1993, que disciplina a fixação do número de deputados.

O projeto prevê acréscimos de deputados para os seguintes Estados:

– Santa Catarina – Mais quatro cadeiras

– Pará – Mais quatro cadeiras

– Amazonas – Mais duas cadeiras

– Rio Grande do Norte – Mais duas cadeiras

– Mato Grosso – Mais duas cadeiras

– Goiás – Mais uma cadeira

– Ceará – Mais uma cadeira

– Minas Gerais – Mais uma cadeira

– Paraná – Mais uma cadeira

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Foto: -Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Inicialmente, o projeto previa um acréscimo de 14 cadeiras, mas Damião viu “desproporções” com relação a alguns Estados que, apesar de terem uma maior população, se manteriam com menor representação. Por isso, foram sugeridas as outras quatro vagas a mais.

No parecer, Damião sustenta que, segundo informações da Direção-Geral da Câmara, a criação das 18 vagas geraria um impacto anual de aproximadamente R$ 64,6 milhões. “Considerando a margem orçamentária estimada para o exercício de 2025, a Direção da Casa conclui que, mesmo hoje, o orçamento da Câmara dos Deputados já comportaria as despesas decorrentes da aprovação do projeto”, disse o deputado.

O documento não detalha quais aspectos foram levados em consideração para o cálculo de que cada novo deputado geraria um custo anual de aproximadamente R$ 3,6 milhões.

No Plenário, Dani Cunha alegou que não haveria aumento nas despesas, já que existe uma devolução de R$ 300 milhões anuais para a Câmara – valor que, segundo a autora, poderia ser usado para custear os novos deputados, se necessário.

A parlamentar rememorou a alteração na composição da Câmara em 1993, quando o número de deputados passou de 480 para 513. “Passaram-se 31 anos, tivemos um crescimento populacional de mais de 100%”, afirmou.

A medida responde a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso Nacional revise a distribuição do número de deputados de acordo com a atual população de cada Estado.

A discussão partiu de uma ação do governo do Pará, que argumenta que a distribuição dos 513 deputados federais foi estabelecida em 1993 e que, desde 2010, o Estado tem direito a mais quatro parlamentares. O STF, então, estabeleceu prazo até o dia 30 de junho para que o Congresso dê uma solução à questão.

Caso a determinação não seja cumprida, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá fixar o novo número de deputados federais estaduais e distritaria para a legislatura que se iniciará em 2027.

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