SES diz que medidas de prevenção deverão ser mantidas até inverno de 2021

Secretário de Saúde do estado afirmou que, em razão das ‘flutuações’ no cenário da pandemia, população deve continuar seguindo recomendações até que haja vacina


Por Carolina Leonel, repórter, e Gabriel Silva, estagiário sob supervisão do editor Eduardo Valente

29/07/2020 às 17h57- Atualizada 29/07/2020 às 19h02

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, afirmou nesta quarta-feira (29), em entrevista coletiva virtual, que as medidas de prevenção ao coronavírus deverão ser mantidas até meados de 2021, ou até que haja uma vacinação ampla. Ainda de acordo com o titular da pasta, a tendência é de que, daqui para frente, a sociedade lide com “flutuações” no cenário da pandemia, como o que “tem sido observado em países da Europa”. “Não dá para pensar a voltar a fazer tudo da mesma forma. Vamos precisar manter o distanciamento, usar máscaras, manter higiene. E esses cuidados deverão ser tomados até, mais ou menos, o inverno de 2021, ou até ter uma vacinação ampla na sociedade”, disse.

Ao comentar o cenário epidemiológico da doença em Minas, o secretário pontuou que a curva de mortes em decorrência da Covid-19 pode estar se estabilizando, conforme análise da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG). Ele afirmou ainda que Minas Gerais está “caminhando para um platô”, e que as mortes contabilizadas agora ocorreram há cerca de duas semanas. “Nós estamos tendo uma aglomeração de óbitos desde 2 de julho, mas sem uma tendência nítida de aumento. A tendência está projetando para uma horizontalização”, analisou. O titular da pasta apresentou dois dados: a curva de falecimento na data de sua ocorrência e, outra, com a data da confirmação, pelo Estado, do óbito pela doença.

Dessa forma, Amaral pontuou que o número de confirmações pareceu aumentar nos últimos dias, devido ao atraso das notificações, mas a maior incidência dos óbitos ocorreu há cerca de 15 dias. “Os dados mostram uma acentuação no atraso da confirmação e da data real dos óbitos, mas já com uma tendência de queda das mortes na data de ocorrência. Não dá para falar que já estamos em tendência de queda. É provável que a gente esteja em um platô, mas com toda certeza não teremos um incremento significativo de óbitos diários em relação ao que estamos tendo hoje.”
O titular da SES destacou, ainda, que cada cidadão deve manter esforços individuais para contribuir com o poder público no enfrentamento da pandemia. “Se cada pessoa se cuidar, nesse momento em que parece ter tendência de um equilíbrio, teremos o coronavírus sob controle. Está na mão de todos nós. É fundamental que todos usem máscaras, se preocupem com higiene e mantenham distanciamento.”

Leitos

Em relação aos leitos de UTI, o secretário Carlos Eduardo Amaral afirmou que, no momento, a ocupação está menor, se comparada a meados de junho, o que também demonstraria estabilização do cenário. “Isso parece demonstrar que paramos de ter a demanda por ocupação de UTI. Tal sinalização é muito importante, já que os níveis da ocupação antecedem os óbitos em cerca de dez dias”, avalia. Nesta quarta, a taxa de ocupação geral de leitos de UTI no estado estava em 67,44%, e de leitos de enfermaria, em 59,02%.

Minas Consciente

Na avaliação do secretário, também haverá momentos de “vai e vem” em relação ao isolamento social e à reabertura de setores econômicos. “Às vezes alguma região que piorou (nos índices da doença) volta, outra avança (nos protocolos de reabertura). É assim que foi pensado o programa Minas Consciente desde o início, contando que teremos características diferentes em macro, microrregiões e em municípios.”

Vacina

Apesar de ainda não haver uma vacina para a doença, Amaral citou que o Governo de Minas já tem adiantado um Plano de Contingência que pretende definir como uma possível vacina chegaria até os municípios mineiros. Ele explicou que a aquisição de uma vacina é feita pela União, por meio do Ministério da Saúde, que distribui aos Estados. Esses, por sua vez, são responsáveis pelo planejamento de distribuição aos municípios. “Os protocolos de vacinação são definidos pelo Ministério da Saúde, mas temos sugestões para compartilhar em relação aos grupos que poderão ser imunizados prioritariamente, de forma a evitar aglomeração no momento da vacinação”, disse.

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