Corpos de mortos em operação no Sul de Minas são periciados em BH
Mais uma morte foi confirmada, totalizando 26; segundo polícia, todo o processo de identificação deve demorar
Os corpos das pessoas mortas em uma megaoperação conjunta entre Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), no domingo (31), em Varginha, no Sul de Minas, foram encaminhados para Instituto Médico Legal, da Polícia Civil, em Belo Horizonte. Inicialmente, a polícia havia informado que 25 pessoas morreram na operação, entretanto, o número foi atualizado para 26 vítimas fatais ainda na noite de domingo.
Na manhã desta segunda-feira (1º de novembro), a Polícia Civil fez um balanço sobre os trabalhos realizados no IML. De acordo com informações do jornal O Tempo, segundo a médica legista da corporação, Tatiana Telles, assim que foram informados sobre a manobra, foi enviado apoio aéreo e uma equipe do IML. Por conta do número de corpos, foi necessário realizar os trabalhos no prédio do instituto na capital mineira. Segundo a médica legista, os dados coletados serão encaminhamos para um banco nacional de perfil genético e podem ser utilizados para a identificações em eventuais outros crimes. Já durante a noite, a Polícia Civil fez uma nova coletiva para detalhar a identificação dos mortos. Nenhum deles estaria portando documentos.
A operação conjunta ocorreu na manhã de domingo e, conforme as polícias, os criminosos fariam parte da quadrilha “Novo Cangaço” e estariam se preparando para um assalto na cidade. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os confrontos com os homens ocorreram em duas abordagens diferentes. Na primeira, os suspeitos atacaram as equipes da PRF e da PM, sendo que 18 criminosos morreram no local. Em uma segunda chácara, conforme a PRF, foi encontrada outra parte da quadrilha e, após intensa troca de tiros, sete suspeitos morreram. Nenhum policial ficou ferido.
Abordagens
Durante as duas abordagens, foram recuperados armamentos, cartuchos, munições, coletes à prova de balas, roupas camufladas, galões de combustíveis, miguelitos (pregos retorcidos feitos para perfurar pneus de veículos), explosivos. Também foram apreendidos armas longas ponto 50, dez fuzis e dez veículos roubados.

Conforme a polícia, os criminosos iriam usar da estratégia conhecida como “domínio de cidade”, para roubar bancos e empresas que transportam valores. Os mortos teriam relação com crimes do mesmo tipo realizados também em Uberaba (MG), Araçatuba (SP) e Criciúma (SC).
Comissão pede investigação
Nesta segunda, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pediu uma apuração sobre as mortes. A deputada Andréia de Jesus (PSOL), presidente do colegiado, diz que vai acionar o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública analisar o caso. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também acredita que uma investigação deve ser feita para apurar a ação.