Familiares e amigos do juiz-forano Marcelo lamentam acidente com Chapecoense


Por Barbara Riolino e Juliana Netto

29/11/2016 às 10h45- Atualizada 29/11/2016 às 18h56

Atualizada às 18h50

Gilvan de Souza/Flamengo

Familiares e amigos do zagueiro juiz-forano Marcelo receberam com tristeza a notícia da queda do avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín, cidade colombiana em que o time brasileiro faria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, nesta quarta-feira (29). Por volta das 10h, alguns amigos e vizinhos concentravam-se nas imediações da casa da família do jogador, no Bairro Jardim Natal, na Zona Norte. O clima era de total consternação, mas, ao mesmo tempo, ainda havia esperança de encontrar o atleta com vida, já que uma lista oficial de mortos ainda não havia sido divulgada pelas autoridades colombianas.

Adilson Gomes, ex-treinador do jogador na Escola de Esporte Adilson Gomes, no Bairro Borboleta, era um dos presentes na casa da família. Segundo ele, os dois teriam se falado no domingo, após a partida contra o Palmeiras, no qual Marcelo foi um dos titulares. Os scouts de cada jogo, com dados referentes a acertos, erros e demais lances eram feitos por Adilson e repassados ao zagueiro. Ontem, o treinador teria enviado uma mensagem perguntando se Marcelo iria para o confronto decisivo na Colômbia, sem, no entanto, receber retorno.

“Marcelo sempre se caracterizou como uma pessoa muito humilde e simples, que nunca abriu mão de suas raízes e procurou estar sempre com seus amigos e familiares em seus momentos de folga. Também demonstrou muita gratidão pelo projeto da escolinha, doando materiais esportivos, como tênis e bolas”, destacou Adilson. O treinador reiterou que, na conversa com Marcelo no domingo, o jogador disse estar animado, pois retornava de uma contusão que o tirara dos gramados por quatro meses. “A mensagem que enviei a ele na segunda perguntava se ele iria participar desta partida, pois havia dúvida se ele viajaria ou não.”

A esposa e o filho do jogador, que completará um ano no dia 19 de dezembro, estão em Chapecó (SC). Às 18h desta terça-feira (29), a Tribuna entrou em contato com o pai de Marcelo, Paulo Manoel da Silva, que já viaja para Chapecó, onde vai esperar por mais informações e pelo corpo do filho. Relatando estar ‘muito abalado’, Paulo ainda aguarda confirmação oficial do óbito para tomar as providências do enterro, que deve ocorrer ainda este fim de semana em Juiz Fora. A mãe, Margarida, e as irmãs do jogador, Ana Beatriz e Raquel Mathias, permaneceram na cidade.

O zagueiro de 25 anos começou a carreira profissional no Macaé (RJ). Em 2011, transferiu-se para o Volta Redonda, sendo contratado, dois anos depois, pelo Flamengo. No Rubro-Negro carioca, Marcelo permaneceu até o fim do ano passado. Em seguida, teve rápida passagem pelo Cianorte e, depois, foi contratado pela Chapecoense, equipe pela qual conquistou o título do Campeonato Catarinense. A disputa contra o Atlético Nacional da Colômbia, que aconteceria na noite desta quarta (30), poderia dar ao atleta o primeiro título internacional.

 

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